Povos indígenas e suas lutas por direito a educação de qualidade e meio ambiente saudável: O caso da aldeia açaizal, região do Planalto Santareno, Pará-Brasil

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ISSN: 2674-5968
Editor Chefe: Nedy Bianca Medeiros de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/2018
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Povos indígenas e suas lutas por direito a educação de qualidade e meio ambiente saudável: O caso da aldeia açaizal, região do Planalto Santareno, Pará-Brasil

Ano: 2023 | Volume: 6 | Número: 1
Autores: H. R. M. Rocha, C. Emidio-Silva
Autor Correspondente: H. R. M. Rocha | [email protected]

Palavras-chave: educação, interculturalidade, meio ambiente

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo trata de apresentar a aldeia Açaizal do povo indígena Munduruku, contextualizando sua realidade em plena ocupação da região por plantadores de soja e milho em formato de monoculturas que além de empobrecer abiodiversidade local contribuem, sobremaneira, com a poluição de recursos naturais imprescindíveis as populações tradicionais locais. A partir de relatos dos próprios moradores da aldeia Açaizal tecemos os significados da violação dos direitos fundamentais da comunidade, por parte do Estado, que além de se omitir frente aquela realidade contribui de várias formas para que os direitos a uma educação escolar indígena não se estabeleçam plenamente. Nesse contexto há também uma violação dos direitos ambientais, que podemos aqui tratar como racismo ambiental trazido pelos imigrantes que destroem o meio ambiente e os recursos necessários ao bem viver das pessoas da aldeia Açaizal. A luta por uma educação escolar na comunidade remonta a década de 70, quando conseguiram materializar a primeira escola. Nas últimas duas décadas do século XXI as agressões a pessoa indígena e aos seus territórios tem causado grandes perdas materiais e culturais ao povo Munduruku da Aldeia Açaizal. Nosso estudo denuncia a realidade de opressão em que vive esse povo, procura ajudar na visibilização de suas lutas e discute como podemos superar algumas dessas dificuldades. Apesar de ainda terem uma grande luta pela frente reivindicam uma condição de bem-viver, naquele território, com educação escolar de qualidade e um meio ambiente sustentável.



Resumo Inglês:

This article presents the Açaizal village of the Munduruku indigenous people, contextualizing their reality in the full occupation of the region by soy and corn planters in the form of monocultures that, besidesimpoverishing the local biodiversity, they contribute greatly to the pollution of essential natural resources for the local traditional populations. Based on reports of the residents of Açaizal village, we weave the meanings of the violation of fundamental rights of the community, by the State, which, in addition to omitting itself in that reality, contributes in several ways to the rights to an indigenous school education are not fully established. In this context there is also a violation of environmental rights, which we can treat here as environmental racism brought by immigrants who destroy the environment and the resources necessary for the well-being of the people of Açaizal village. The fight for school education in the community dates back to the 1970s, when they managed to materialize the first school. In the last two decades of the 21st century, aggression against indigenous people and their territories has caused great material and cultural losses to the Munduruku people of Aldeia Açaizal. Our study denounces the reality of oppression in which these people live, seeks to help make their struggles visible and discusses how we can overcome some of these difficulties. Despite still having a great fight ahead, they claim a condition of well-being in that territory, with quality school education and a sustainable environment.