A força de trabalho na saúde tem sofrido transformações no sentido de responder às necessidades dos sistemas de saúde de cobertura universal com vistas à ampliação do acesso e à garantia do cuidado. A disponibilidade de profissionais de saúde favorece e constitui um dos elementos da acessibilidade do usuário. A demografia médica revelou que a relação de médicos por habitantes em municípios de pequeno porte é bem inferior, quando comparada aos municípios de médio e grande porte, e, portanto, foram os maiores beneficiados com a provisão de médicos, entretanto, esse benefício não se reproduziu em todas as realidades brasileiras. O estudo buscou conhecer a percepção de usuários, gestor e dos profissionais de saúde sobre a acessibilidade aos serviços de atenção básica, considerando a proposta de provisão do profissional médico em equipes de trabalho por iniciativas ministeriais. Os sujeitos do estudo foram o gestor municipal, os profissionais e os usuários de duas equipes de saúde da família de um município de pequeno porte do estado do Rio de Janeiro. Adotou-se a abordagem qualitativa para coletar os dados e a análise de conteúdo para interpretá-los, a partir da compreensão ampliada sobre o acesso e da percepção sobre o modelo assistencial predominante. Concluiu-se que os usuários percebem uma evolução no conceito de acesso, porém não sabem explicá-la, enquanto os profissionais de saúde e o gestor municipal a vinculam às iniciativas ministeriais e à disponibilidade de profissionais capacitados. A presença do profissional médico, exclusivamente, não garantiu aumento e qualidade da acessibilidade à atenção básica.