A temática do terrorismo e contraterrorismo tem ganhado A América do Sul desempenha
um papel fundamental no entorno estratégico dos Estados Unidos da América. O
posicionamento geográfico, a abundância de recursos minerais e a capacidade de
produção agrícola são algumas características que justificam a presença norte-americana
secular em solo latino. Essa presença sempre ensejou em uma pesada influência política
do maior poderio bélico do planeta em todos os assuntos que eram do seu interesse,
tomando partido em decisões de toda a sorte, segundo sua própria conveniência. Mesmo
diante dessa forte presença, o início do século XXI foi marcado pela ascensão de lideranças
políticas no subcontinente sul-americano que promoveram um desalinhamento da região
com os interesses externos dos estadunidenses, o que causou um afastamento natural
entre esses dois atores. Essa realidade ficou bem caracterizada no caso da Venezuela. O
país possui a maior reserva de petróleo do mundo e o seu litoral está debruçado sobre o
mar do caribe, características geopolíticas de grande valor estratégico. A ascensão de Hugo
Chávez ao poder no fim dos anos 90 marcou o início do período de uma política externa
antagônica aos anseios norte-americanos. Atualmente a Venezuela vive uma grave crise
institucional e tornou-se palco de disputas entre os Estados Unidos, Rússia e China. Tudo
isso torna o atual ambiente sul-americano inseguro e com o futuro incerto. Dessa forma,
o trabalho a ser apresentado se propõe a debater o posicionamento estratégico dos EUA
ante a crise social, econômica e política venezuelana e seus possíveis reflexos para o Brasil.
Essa reflexão levará em consideração os fatos recentes ocorridos no continente americano,
tomando como marco temporal a ascensão de Nicolás Maduro ao cargo de presidente da
Venezuela em 2013 e seus desdobramentos até os dias atuais.