No Amazonas, as escolas das missões salesianas trabalharam com indígenas de diversas etnias. Nessas missões, Antônio Giacone produziu dicionários e gramáticas do Tukano, Maku e Tariano. Inscritos na História das Ideias Linguísticas, tomamos, do mesmo autor, a “Cartilha para as escolas das missões indígenas salesianas do Rio Uaupés — Rio Negro — Amazonas”, de 1944. Considerando os pressupostos da Semântica do Acontecimento e da Análise de Discurso materialista, analisamos o processo de catequização e alfabetização, em português, de crianças indígenas falantes do Tukano. A cartilha de Giacone se constitui na relação Igreja-Estado, implementando o catolicismo e desenvolvendo uma política interna de expansão linguística que reforça a fronteira do Brasil e submete os indígenas a grupos oligárquicos locais. Ela toma a criança indígena como não civilizada, inscrevendo-a numa ordem simbólica determinada por relações sociais e de trabalho capitalistas.
In Amazonas, the schools of the Salesian missions worked with indigenous people of different ethnic groups. In these missions, Antônio Giacone produced Tukano, Maku and Tariano dictionaries and grammars. Inscribed in the History of Linguistic Ideas, we take, by the same author, the “Cartilha para as escolas das missões indígenas salesianas do Rio Uaupés —Rio Negro —Amazonas”, published in 1944. Considering the assumptions of the Semantics of the Event and from Materialist Discourse Analysis, we analyze the catechization and literacy process, in Portuguese, of Tukano-speaking indigenous children. The Giacone’s spelling book is constituted in the Church-State relationship, implementing Catholicism and developing an internal policy of linguistic expansion that reinforces the Brazil frontier and submits the indigenous people to local oligarchic groups. It takes indigenous children as uncivilized, inscribing them in a symbolic order determined by capitalist social and work relations.
No Amazonas, as escolas das missões salesianas trabalharam com indígenas de diversas etnias. Nessas missões, Antônio Giacone produziu dicionários e gramáticas do Tukano, Maku e Tariano. Inscritos na História das Ideias Linguísticas, tomamos, do mesmo autor, a “Cartilha para as escolas das missões indígenas salesianas do Rio Uaupés — Rio Negro — Amazonas”, de 1944. Considerando os pressupostos da Semântica do Acontecimento e da Análise de Discurso materialista, analisamos o processo de catequização e alfabetização, em português, de crianças indígenas falantes do Tukano. A cartilha de Giacone se constitui na relação Igreja-Estado, implementando o catolicismo e desenvolvendo uma política interna de expansão linguística que reforça a fronteira do Brasil e submete os indígenas a grupos oligárquicos locais. Ela toma a criança indígena como não civilizada, inscrevendo-a numa ordem simbólica determinada por relações sociais e de trabalho capitalistas.