No presente artigo buscamos problematizar os discursos presente na tese “Espiritismo de Umbanda na evolução dos povos: fundamentos históricos e filosóficos” apresentada no I Congresso do Espiritismo de Umbanda, assim como algumas fotografias deste evento. Almejando colocar em evidência a influência da branquitude na construção das cosmovisões umbandistas e sua história, já que essa tese foi elaborada e apresentada por um homem branco. Destacando a importância de investigar os espaços ocupados por pessoas não racializadas no Estado brasileiro. Deste modo, nos aproximamos das discussões promovidas por Bento (2022) e Silva (2017) acerca do conceito de branquitude e Nogueira (2020) sobre o racismo religioso para subsidiar nossas análises. No que tange a metodologia, adotou-se a Análise de Discurso por possibilitar adentrar no mundo simbólico das linguagens, fluindo ao encontro do dito e não dito, consequentemente, evidenciando o caráter ideológico do mesmo. Neste caminho foi possível notarmos a busca pelo embranquecimento das práticas umbandistas, onde mergulhavam em cosmovisões de base cristã com o intuito de desafricanizar e desindiginezar as Umbandas, alimentando novas formas de materializar o racismo religioso.
In this article we seek to problematize the discourses present in the thesis “Spiritism of Umbanda in the evolution of peoples: historical and philosophical foundations” presented at the 1st Congress of Spiritism ofUmbanda, as well as some photographs of this event. Aiming to highlight the influence of whiteness in the construction of Umbanda worldviews and their history, since this thesis was prepared and presented by a white man. Highlighting the importance of investigating the spaces occupied by non-racialized people in the Brazilian state. In this way, we approach the discussions promoted by Bento (2022) and Silva (2017) about the concept of whiteness and Nogueira (2020) about religious racism to support our analyses. With regard to methodology, we used Discourse Analysis as it enabled us to enter the symbolic world of languages, flowing towards what was said and what was not said, thus evidencing its ideological character. In this way, it was possible to notice the search for the whitening of Umbandist practices, where they delved into Christian-based cosmovisions with the intention of de-Africanizing and de-indiginizing Umbanda, feeding new ways of materializing religious racism.