O presente artigo, a partir do suporte teórico e metodológico da Análise de Discurso materialista, propõe-se a observar a forma como, no plano legal, a proposta de um gênero não binário em língua portuguesa tem produzido diferentes efeitos de sentido, tais como adesão ou proibição. A partir das formulações teóricas de Pêcheux (2009; 2019), Orlandi (2000; 2002; 2017) em articulação com a Semântica do Acontecimento de Guimarães (2002; 2005), tem-se em vista analisar as diferentes nomeações das propostas para a adoção do terceiro gênero em língua portuguesa e compreender como alguns projetos de lei contrários ao uso dessa nova formação morfológica acionam dado conhecimento linguístico para respaldar sua proibição. Trata-se de textualidades fundadas em disputas que põem em causa não apenas a nomeação de uma nova forma de gênero, mas, sobretudo, os sentidos sobre língua e a própria existência material de sujeitos não binários.
This article, based on the theoretical and methodological support of materialist Discourse Analysis, proposes to observe how, at the legal level, the proposal of a non-binary genre in Portuguese has produced different effects of meaning, such as adherence or prohibition. Based on the theoretical formulations of Pêcheux (2009; 2019), Orlandi (2000; 2002; 2017), in articulation with Semantics of Event developed by Guimarães (2002; 2005), it is aimed to analyze the different namings of the proposals for the adoption of the third gender in Portuguese and as well as to understand how some bills against the use of this new morphological formation trigger such linguistic knowledge to support its prohibition. The names of the proposals are textualities based on disputes that underscore not only the naming of a new genre form, but also the meanings about language and the very material existence of non-binary subjects above all.
O presente artigo, a partir do suporte teórico e metodológico da Análise de Discurso materialista, propõe-se a observar a forma como, no plano legal, a proposta de um gênero não binário em língua portuguesa tem produzido diferentes efeitos de sentido, tais como adesão ou proibição. A partir das formulações teóricas de Pêcheux (2009; 2019), Orlandi (2000; 2002; 2017) em articulação com a Semântica do Acontecimento de Guimarães (2002; 2005), tem-se em vista analisar as diferentes nomeações das propostas para a adoção do terceiro gênero em língua portuguesa e compreender como alguns projetos de lei contrários ao uso dessa nova formação morfológica acionam dado conhecimento linguístico para respaldar sua proibição. Trata-se de textualidades fundadas em disputas que põem em causa não apenas a nomeação de uma nova forma de gênero, mas, sobretudo, os sentidos sobre língua e a própria existência material de sujeitos não binários.