RASTROS E RUÍNAS DAMERCANTILIZAÇÃO DA NATUREZA:O ESTADO E A EXPANSÃO DO CAPITAL NA AMAZÔNIA BRASILEIRA A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE

REVISTA DE CIÊNCIAS DO ESTADO - REVICE

Endereço:
Avenida João Pinheiro, nº 100, Centro.
Belo Horizonte / MG
30130-180
Site: https://seer.ufmg.br/index.php/revice/index
Telefone: (31) 3409-8620
ISSN: 25258036
Editor Chefe: Lucas Antônio Nogueira Rodrigues
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

RASTROS E RUÍNAS DAMERCANTILIZAÇÃO DA NATUREZA:O ESTADO E A EXPANSÃO DO CAPITAL NA AMAZÔNIA BRASILEIRA A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE

Ano: 2022 | Volume: 7 | Número: 2
Autores: B. V. F. Cunha, I. S. Ferraz
Autor Correspondente: B. V. F. Cunha | [email protected]

Palavras-chave: Usina Hidrelétrica de Belo Monte; Estado ampliado; Expansão capitalista; Amazônia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi caracterizado, desde o início de sua formulação, pela discricionariedade em torno de sua implementação e questionamentos sobre sua viabilidade. Desse modo, este artigo tem como objetivo compreender como a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte operou de modo a expandir o capital para a Amazônia brasileira por meio de políticas estatais, caracterizando o Estado como um aliado da expansão capitalista, degradação ambiental e da destruição dos modos de vida dos povos indígenas, ribeirinhos e da população local. Assim, perpassa-se inicialmente a análise do papel do Estado no sistema capitalista, a partir dos conceitos de Estado Ampliado e acumulação primitiva. Em segundo momento, busca-se compreender a atuação do Estado no território amazônico, especialmente durante os governos do Partido dos Trabalhadores (2002-2016). Por fim, procura-se compreender a construção de Belo Monte a partir de empreendimentos levados à cabo por meios extraeconômicos, que resultaram na destruição do meio ambiente natural e social amazônico. A análise é realizada através da ferramenta metodológica de Estado Ampliado e da teoria marxista acerca da acumulação primitiva de capital, e baseou-se na análise de fontes secundárias. Conclui-se que o processo envolveu a pilhagem, a degradação ambiental, controle do território e violência sistemática, auxiliando na expansão do capital.



Resumo Inglês:

The project to build the Belo Monte Hydroelectric Plant was characterized, from the beginning of its formulation, by discretion around its implementation and questions about its viability. Thus, this article aims to understand how the construction of the Belo Monte Hydroelectric Plant operated in order to expand the capital into the Brazilian Amazon through state policies, characterizing the State as an ally of capitalist expansion, environmental degradation and destruction of the ways of life of indigenouspeoples, riverbank dwellers and the local population. Thus, we initially analyze the role of the State in the capitalist system, based on the concepts of the Expanded State and primitive accumulation. Secondly, we seek to understand the role of the State in the Amazonian territory, especially during the governments of the Workers’ Party (2002-2016). Finally, it seeks to understand the construction of Belo Monte from ventures carried out by extra-economic means, which resulted in the destruction of the Amazonian natural and social environment. The analysis is carried out through the methodological tool of the Extended State and the Marxist theory of the primitive accumulation of capital, and is based on the analysis of secondary sources. It is concluded thatthe process involved plundering, environmental degradation, control of territory, and systematic violence, aiding in the expansion of capital.



Resumo Espanhol:

El proyecto de construcción de la Central Hidroeléctrica de Belo Monte se caracterizó, desde el principio de su formulación, por la discreción en torno a su implantación y por las dudas acerca de su viabilidad. Así, este artículo pretende entender cómo la construcción de la Central Hidroeléctrica de Belo Monte operó para expandir el capital en la Amazonía brasileña a través de políticas estatales, caracterizando al Estado como aliado de la expansión capitalista, de la degradación ambiental y de la destrucción de los modos de vida de los pueblos indígenas, ribereños y de la población local. Así, se realiza inicialmente un análisis del papel del Estado en el sistema capitalista, a partir de los conceptos de Estado Ampliado y acumulación primitiva. En segundo lugar, buscamos entender la actuación del Estado en el territorio amazónico, especialmente durante los gobiernos del Partido de los Trabajadores (2002-2016). Por último, busca comprender la construcción de Belo Monte a partir de emprendimientos realizados por medios extraeconómicos, que resultaron en la destrucción del medio natural y social amazónico. El análisis se realiza mediante la herramienta metodológica del Estado ampliado y la teoría marxista de la acumulación primitiva de capital, y se basa en el análisis de fuentes secundarias. Se concluye que el proceso implicó el saqueo, la degradación del medio ambiente, el control del territorio y la violencia sistemática, ayudando a la expansión del capital.