A História de revoltas que a História que mais se conta sobre a escravidão e abolição não são a
descrição verdadeira dos fatos. As pessoas procuram olhar estes indivíduos com desprezo, enxergam
somente barbárie, pobreza, malandragem, hipersexualidade dos corpos, algo construído desde a
colonização. Não conseguem descolar essa série de estereótipos negativos destas pessoas e não
veem que estamos sujeitos a todos os tipos de emoção ou sentimentos como qualquer indivíduo
que tem a sua humanidade reconhecida. A escravidão deixou muitas marcas profundas na alma da
comunidade negra, foram centenas de anos vivendo em um regime na qual o sistema os forçava a
ficar no papel de subalternos, sendo tratados como mera propriedade. O Brasil foi a última nação do
continente americano a abolir a escravidão, acolhendo teorias europeias que postulavam a hierarquia
das raças e previam a impossibilidade do desenvolvimento nacional devido a mestiçagem. Assim
coloca-se em prática uma política de imigração dando incentivo aos colonos europeus para aqui se
estabeleceram, visando o branqueamento da população. Trazer narrativas do povo africano, dos
heróis e heroínas marginalizados, para enriquecer o imaginário da população brasileira, com essas
referências e não as eurocêntricas, que visão minimizar a importância deste povo que também faz
parte da construção, não somente braçal, deste país, é fundamental para elevação da autoestima
do povo negro brasileiro e levar a discussão o processo de invisibilidade no qual está inserida a
população negra deste país, bem como revelar as conexões entre este fenômeno.