Este artigo descreve alguns processos morfofonológicos e uma restrição morfofonológica atestados na variedade da língua Chiquitano (tronco Macro-Jê) falada em San Miguel de Velasco (Santa Cruz, Bolívia), com base em dados coletados em campo junto a cinco falantes nativos. Descrevo detalhadamente a nasalização à distancia das consoantes contínuas e das vogais altas; a africação de |t k| em determinados ambientes; a palatalização progressiva de |p β̞ m t k x|; as restrições de minimalidade que se aplicam aos temas nominais; cinco tipos de harmonia vocálica que afetam afixos ou clíticos específicos; o processo de alçamento de |o| a /u/ diante de uma sílaba que contém /a/; o processo de abaixamento de |i| a /ɛ/ diante de /s ts/; a elisão morfofonológica de vogais orais altas. Alguns dos processos documentados são compartilhados por outras variedades do Chiquitano, ao passo que outros não possuem equivalentes conhecidos nos demais dialetos.
In this paper, I describe several morphophonological processes and a morphophonological constraint attested in the variety of Chiquitano (Macro-Jê) spoken in San Miguel de Velasco (Santa Cruz, Bolivia), based on original fieldwork data obtained from five native speakers. I present a detailed description of the long-distance nasalization of continuant consonants and high vowels; the affrication of |t k| in certain environments; the progressive palatalization of |p β̞ m t k x|; the minimality constraints which apply to nominal and adpositional stems; five types of vowel harmony which affect specific affixes or clitics; the process of raising of |o| to /u/ preceding a syllable which contains an /a/; the process of lowering of |i| to /ɛ/ before /s ts/; the morphophonological elision of high vowels. Some of these processes are shared by other varieties of Chiquitano, whereas others lack any known equivalent in dialects other than Migueleño.
Este artículo describe algunos de los procesos morfofonológicos y una restricción morfofonológica atestiguados en la variedad del idioma chiquitano (macro-ye) hablada en San Miguel de Velasco (Santa Cruz, Bolivia), con base en datos recogidos en campo con cinco hablantes nativos. Se describen detalladamente la nasalización a distancia de las consonantes continuas y de las vocales altas; la africación de |t k| en determinados ambientes; la palatalización progresiva de |p β̞ m t k x|; las restricciones de minimalidad que aplican a los temas nominales y adposicionales; cinco tipos de armonía vocálica que afectan afijos o clíticos específicos; el proceso de elevación de |o| a /u/ delante de una sílaba que contiene /a/; el proceso de descenso de |i| a /ɛ/ delante de /s ts/; la elisión morfofonológica de vocales orales altas. Algunos de los procesos documentados son compartidos por otras variedades del chiquitano, mientras que otros no tienen equivalentes conocidos en los demás dialectos.