Considerando que o infanticídio pode se contrapor aos interesses entre a prole e os pais, assim como entre os dois sexos, o comportamento agressivo de adultos contra os infantes é considerado uma peça fundamental como estratégia reprodutiva dos organismos. Assim, o presente artigo visa a descrever quais os tipos de infanticídio, explicitando quais as vantagens de cada comportamento infanticida biparental. A pesquisa foi realizada utilizando o software Publish or Perish©, com palavras-chave, como “etologia”, “infanticídio” e “mamíferos”, em inglês, português e espanhol. Após a busca, selecionaram-se 51 obras dentre artigos científicos, teses e dissertações, destacando um período de 40 anos. Organizou-se de maneira sistemática, separando as referências em duas classes: (a) fisiológica e (b) sociobiológica/ecológica. Os resultados indicam que o comportamento de infanticídio em mamíferos pode ser influenciado por diferentes fatores, tais como estresse ambiental, vias hormonais, sobretudo a oxitocina e a vasopressina. Além disso, os estudos mostraram que há diferenças individuais na resposta comportamental ao cuidado parental e ao comportamento infanticida, influenciadas tanto pelo genótipo quanto pelo ambiente em que os indivíduos foram criados. O comportamento de infanticídio também pode ser visto como uma estratégia adaptativa parental para aumentar as chances de sobrevivência e reprodução futura. Em última análise, os resultados deste estudo destacam a complexidade do comportamento de infanticídio em mamíferos, evidenciando a importância de considerar os fatores fisiológicos, sociobiológicos e ecológicos em sua análise e interpretação.
Considering that infanticide can oppose the interests between offspring and parents, as well as between the two sexes, the aggressive behavior of adults against infants is considered a fundamental part of the organisms' strategy. Thus, this article aims to describe the types of infanticide, explaining the advantages of each biparental infanticidal behavior. The research was carried out using the Publish or Perish© software, with keywords such as “ethology”, “infanticide” and “mammals”, in English, Portuguese and Spanish. After selection and discarding, we selected 51 works, including scientific articles, theses and dissertations, covering a period of 40 years. We organized them systematically, separating the references into two approaches: (a) physiological and (b) sociobiological/ecological. The results indicate that infanticide behavior in mammals can be influenced by different factors, such as environmental stress, hormonal pathways, mainly oxytocin and vasopressin. Furthermore, studies have shown that there are individual differences in the behavioral response to parental care and infanticidal behavior, influenced by both the genotype and the environment in which individuals were raised. Infanticide behavior can also be seen as an adaptive parental strategy to increase the chances of survival and future reproduction. Ultimately, our results highlight the complexity of mammalian infanticide behavior, pointing to the importance of considering physiological, sociobiological and ecological factors in its analysis and interpretation.
