Este artigo examina a noção unitária de habitus presente nos primeiros trabalhos de Bourdieu e sua transformação ao longo da carreira sociológica do autor, acompanhando-a até as concepções posteriores de um conceito de habitus fragmentado para examinar a relacionalidade e as mudanças sociais contemporâneas. O percurso do conceito de habitus em Bourdieu mostra que as interações entre habitus e campo exigem um crescente trabalho de integração dos indivíduos conforme a vida social se torna mais diferenciada. O artigo argumenta em favor da necessidade da sociologia investir em análises de campo para avançar nas explorações do habitus e reconhecer a potencial flexibilidade do conceito. Sugere-se que a sociologia adote a noção psicanalítica de “posicionar-se nos espaços” (standing in spaces) (e noções associadas de “liminaridade” e experiências em posições intersticiais) para o desenvolvimento produtivo da noção de habitus fragmentado e para aprimorar propostas que veem o social com uma história passível de mudança pelos seres humanos.
This paper examines a unitary notion of the habitus present in Bourdieu’s early works and its transformation along his sociological career, to later conceptions of a fragmented habitus concept to examine contemporary relationality and social change. The career of the concept of habitus in Bourdieu shows that interplays of habitus and fields are seen to demand increasing labour of integration from individuals as social life becomes more differentiated. The paper claims the need for sociology to engage with field analyses to advance explorations of the habitus and to acknowledge the potential pliability of the concept. It is suggested that sociology may adopt the psychoanalytic notion of ‘standing in spaces’ (and associated notions of ‘liminality’ and experiences in interstitial positions) for a productive development of the notion of fragmented habitus, and to enhance proposals that view the social with a history that is made available to humans to change.
Este artículo examina la noción unitaria de habitus presente en las primeras obras de Bourdieu y su transformación a lo largo de la carrera sociológica del autor, siguiéndola hasta las concepciones posteriores de un concepto de habitus fragmentado para examinar la relacionalidad y los cambios sociales contemporáneos. La trayectoria del concepto de habitus de Bourdieu muestra que las interacciones entre habitus y campo requieren un trabajo creciente de integración de los individuos a medida que la vida social se vuelve más diferenciada. El artículo argumenta a favor de la necesidad de que la sociología invierta en análisis de campo para avanzar en las exploraciones del habitus y reconocer la flexibilidad potencial del concepto. Se sugiere que la sociología adopte la noción psicoanalítica de “estar en espacios” (y las nociones asociadas de “liminalidad” y experiencias en posiciones intersticiales) para el desarrollo productivo de la noción de habitus fragmentado y para mejorar propuestas que ven lo social como una historia. que los seres humanos pueden cambiar.