O matrimônio segundo Kierkegaard frente ao amor líquido de Zygmunt Bauman

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ISSN: 2595-315X
Editor Chefe: Maria Caroline Marmerolli Tresoldi
Início Publicação: 23/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

O matrimônio segundo Kierkegaard frente ao amor líquido de Zygmunt Bauman

Ano: 2019 | Volume: 27 | Número: 54
Autores: Oliveira, Wanderley Costa de
Autor Correspondente: Wanderley Costa de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Matrimônio, Amor líquido, Vida conjugal, Fragilidade das relações afetivas, Pós-modernidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O conceito de matrimônio de Søren Kierkegaard (1813-1855) está expresso nos Stadier, que tem uma parte traduzida ao português como “O matrimônio”. Tomamos como ponto de partida que a reflexão do autor ainda pode ser pertinente ao contexto da Modernidade contemporânea, especialmente em diálogo com o conceito de “Amor Líquido”, presente na obra homônima do sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017). O matrimônio, na visão de Kierkegaard, é a união de espírito em que os amantes celebram o amor, e para mantê-lo longevo, a manutenção do amor erótico é necessária, uma vez que o amor precede o matrimônio. Por outro lado, no “amor líquido”, a instabilidade, a fugacidade e o consumismo impedem a realização do matrimônio, flexibilizando-o a modos instantâneos e insensíveis à afetividade. A hipótese deste artigo é a de que uma convergência entre os autores está na condição que a vida conjugal é entendida: nada é estável existencialmente que possa durar para sempre nem antes, nem depois do matrimônio. Considerando a ligação que os conceitos de Kierkegaard e de Bauman podem ter com a perspectiva existencialista na Idade Contemporânea, poderemos observar como os laços afetivos foram abalados sensivelmente no século XX.



Resumo Inglês:

The concept of marriage by Søren Kierkegaard (1813-1855) is expressed in the Stadier whose part as a whole was translated as Treaty of Marriage and its reflection can still be convergent to the context of Modernity which is expressed by the concept of “Liquid Love” present in the homonymous work of the Polish sociologist Zygmunt Bauman (1925-2017). Marriage in Kierkegaard’s view is the union of spirit in which lovers celebrate love so that in order to keep it long, the maintenance of erotic love is necessary while love precedes marriage. On the other hand, in liquid love, instability, fleetingness, and consumerism hinder the realization of marriage by flexing it into instantaneous and insensitive modes of affectivity. The convergence between the authors is on the condition that married life is understood: nothing is existentially stable that can last forever neither before nor after marriage. Given the connection in which the two concepts have with the existentialist perspective in the Contemporary Age from Kierkegaard and Bauman, it is possible to understand how the affective ties were shaken noticeably in the twentieth century.