Este artigo trata do surgimento e do desenvolvimento da economia feminista como uma abordagem que se contrapõe à economia predominante, identificando as limitações teóricas e epistemológicas desta corrente para responder aos principais desafios da sociedade. Ao contestar os modelos preconizados pelos neoclássicos, estas economistas se propõem a um novo enfoque que integre a dinâmica da economia e o trabalho de reprodução como partes de um único sistema. Destaca-se, nessa abordagem, aquela que coloca no centro a sustentabilidade da vida humana. Fundamentado em bibliografia especializada o artigo percorre uma vasta literatura produzida nos últimos anos no campo da economia feminista. Essa abordagem ganhou relevância no Brasil somente nas duas últimas décadas e por iniciativa do movimento feminista organizado que, ao elaborar uma crítica às teses neoliberais e apontar as insuficiências da economia tradicional para indicar soluções aos dilemas de uma sociedade cindida por desigualdades seculares, buscou nessa literatura novos aportes teóricos e metodológicos para repensar uma nova economia. Nesse sentido, a economia feminista, com foco na sustentabilidade da vida humana, se constitui em um instrumento valioso de análise que permite uma crítica global ao sistema capitalista e à economia de mercado e, por isso, foi mais rapidamente incorporada pelos movimentos feministas que questionam o liberalismo econômico e a globalização.
This article deals with the emergence and development of feminist economics as an approach that opposes the predominant economy, identifying the theoretical and epistemological limitations of this current to respond to the main challenges of society. By challenging the models advocated by the neoclassics, these economists propose a new approach that integrates the dynamics of the economy and the work of reproduction as parts of a single system. In this approach, we highlight the one that places the sustainability of human life at the center. Based on specialized bibliography, the article goes through a vast literature produced in the last years in the field of feminist economics. This approach has gained relevance in Brazil only in the last two decades and at the initiative of the organized feminist movement which, in elaborating a critique of neoliberal theses and pointing out the insufficiencies of the traditional economy to indicate solutions to the dilemmas of a society split by secular inequalities, sought in this literature new theoretical and methodological contributions to rethink a new economy. In this sense, the feminist economy, focusing on the sustainability of human life, constitutes a valuable tool of analysis that allows a global critique of the capitalist system and the market economy and, therefore, was more quickly incorporated by the feminist movements that questioned the economic liberalism and globalization.