Este artigo discute a identificação quilombola dos abacataenses a partir da etnografia sobre/com as crianças. Abacatal é uma comunidade quilombola localizada na área rural de Ananindeua, município integrante da região metropolitana de Belém-PA, remonta ao início do século XVIII com o projeto escravocrata de africanos na colonização da Amazônia. A metodologia orientou-se pelos estudos contemporâneos da antropologia da criança para compreendê-las como como agentes da construção e determinação de sua vida social, daqueles que as rodeiam e, bem como, da sociedade na qual vivem. Nesse sentido, as crianças influenciam e são influenciadas pela cultura, logo, tanto quanto os adultos participam da produção de sentidos e significados, imprimindo-lhes uma dinâmica nas relações entre estabilidade e mudança em Abacatal. O estudo possibilitou compreender a contribuição criativa das crianças abacataenses para o repensar dos esquemas convencionais que envolvem as experiências infantis com as referências e os processos identitários e, no caso de Abacatal, particularmente, evidenciou a participação ativa delas na luta pelo território.
This article discusses the quilombola identification of the abacataenses from the ethnography on / with the children. Abacatal is a quilombola community located in the rural area of Ananindeua, an integral part of the metropolitan area of Belém-PA, dating back to the beginning of the 18th century with the slave-owning project of Africans in the colonization of the Amazon. The methodology was guided by the contemporary studies of the anthropology of the child to understand them as agents of the construction and determination of their social life, those around them and the society in which they live. In this sense, children influence and are influenced by culture, so, as much as adults, they participate in the production of meanings and meanings, imparting a dynamic in the relations between stability and change in Abacatal. The study made it possible to understand the creative contribution of the Abacatal children to the rethinking of the conventional schemes that involve children’s experiences with references and identity processes and, in the case of Abacatal, in particular, evidenced their active participation in the struggle for the territory.