Em Moçambique, poucas são as políticas ou estudos sobre as crianças em meio rural, do mesmo modo como as imagens sobre/das crianças e infâncias moçambicanas por um viés positivo, do dia-a-dia, da participação e das potências. Geralmente marcadas por ausências e privações de direitos, os estudos, pesquisas e políticas tem se ancorado em visões generalistas e pré-concebidas das infâncias rurais moçambicanas. Como pensar nas crianças e infâncias através de uma perspectiva que aborde a diversidade cultural, as diferenças e interfaces possíveis e existentes nos mais diversificados cenários moçambicanos? A partir de tais indagações, este artigo é fruto de uma experiência etnográfica em uma comunidade rural ao sul de Moçambique, continente africano cujo objetivo é trazer para a discussão a relação das crianças com a produção de cultura e conhecimentos entre elas e sua relação com o meio em que vivem, contextualizando esse lugar, suas práticas e experiências através de estudo de campo realizado no ano de 2017. Traz-se para discussão as diversidade das infâncias e de suas atividades, sua ligação com o meio e ancestralidade, numa tentativa de ampliar os diálogos e perspectivas sobre crianças em áreas rurais.
In Mozambique, there are few policies or studies on children in rural areas, in the same way as the images on children and childhood/Mozambique by a positive bias, of everyday life, and participation of the powers. Usually marked by absences and deprivation of rights, studies, researches and policies has been anchored in visions generalists and pre-designed of Mozambican rural childhoods. How to think about all the children and childhoods through a perspective that deals with cultural diversity, differences and possible and existing interfaces in more diverse scenarios Mozambicans? From such questions, this article is the result of an ethnographic experience in a rural community South of Mozambique, the African continent whose goal is to bring to the discussion the relationship of children with the production of culture and knowledge between them and your relationship with the environment in which they live, contextualizing this place, their practices and experiences through field study performed out in the year 2017. Brings to discussion the diversity of childhood and its activities, your connection to the middle and ancestry, in an attempt to broaden the dialogue and perspectives on children in rural areas