Prevenção do HIV com adolescentes institucionalizadas: diálogos interseccionais

Ano: 2022 | Volume: 59 | Número: Não se aplica

Autores: Lara Percílio Santos, Eliane Maria Fleury Seidl

Palavras-chave: ADOLESCENTE, ANÁLISE DE GÊNERO NA SAÚDE, SAÚDE DO ADOLESCENTE INSTITUCIONALIZADO, PREVENÇÃO PRIMÁRIA, HIV

Resumo Português:

Objetivo: Avaliar os efeitos de uma intervenção em grupo para prevenção do HIV, destinada a adolescentes do gênero feminino em medida socioeducativa com privação de liberdade.
Método: Participaram 13 adolescentes, distribuídas em grupo experimental (GE, 6 jovens) e grupo controle (GC, 7 adolescentes), que responderam a um questionário antes e após a intervenção. A intervenção foi embasada no referencial da metodologia participativa, envolveu recursos e práticas diversificadas, como vídeos e dramatização, além da abordagem a questões de gênero. Teve duração total de nove horas, divididas em três sessões semanais de três horas cada, e almejou fornecer informações, modificar crenças e atitudes acerca do HIV/aids, bem como promover habilidades comportamentais de negociação do uso do preservativo nas relações sexuais.
Resultados: Foram observados efeitos positivos no GE para a variável conhecimento, com significância estatística tanto para conhecimento sobre transmissão do HIV (p=0,014), quanto para técnicas de uso do preservativo (p=0,02), mas sem efeito nas crenças e atitudes sobre o sexo seguro (p=0,29).
Conclusões: A intervenção permitiu a escuta das adolescentes em sua singularidade. Trouxe contribuições ao processo de prevenção e promoção da saúde de um público imerso em relações de vulnerabilização, resultantes da sobreposição entre os marcadores de gênero, raça e classe.

Resumo Inglês:

Objective: To evaluate the effects of a group intervention for HIV prevention, destinated for female adolescents undergoing youth detention with deprivation of liberty.
Method: 13 adolescents participated, divided into an experimental group (EG, 6 young people) and a control group (CG, 7 adolescents), who answered a questionnaire before and after the intervention. The intervention was based on the framework of participatory methodology, involved diversified resources and practices, such as video presentations and role-playing, in addition to an approach to gender issues. It had a total duration of nine hours, divided into three weekly sessions of three hours each, and aimed to provide information, change beliefs and attitudes about HIV/AIDS, as well as promote behavioral skills in negotiating condom use during sexual intercourse.
Results: Positive effects were observed in the EG for the knowledge variable, with statistical significance both for knowledge about HIV transmission (p=0.014) and for condom use techniques (p=0.02), but with no effect on beliefs and attitudes about safe sex (p=0.29).
Conclusions: The intervention allowed the adolescents to listen to their uniqueness. It brought contributions to the process of prevention and health promotion from a public immersed in vulnerable relationships, resulting from the overlap between gender, race and class markers.