Neste texto enfocamos o discurso antropológico sobre a sustentabilidade das culturas indígenas da América do Sul privilegiando a análise de alguns artigos de dois expoentes da antropologia ecológica e da etnoecologia (ou etnobiologia): Eric Ross e Darrell Posey. Iniciamos com uma breve caracterização da ecologia cultural e do dilema entre cultura e razão prática, no qual esta abordagem estava encerrada. Em seguida, abordamos a intensa importação de categorias ecológicas pela narrativa etnológica nos anos 60. Depois, descrevemos, em linhas gerais, o debate sobre os condicionamentos ambientais do desenvolvimento cultural de sociedades indígenas na América do Sul, no final dos anos 70. Finalmente, apontamos o estreito vínculo entre o enunciado que apresenta, nos anos 80 e 90, os sistemas de conhecimento indígena como fontes de preservação e fomento da biodiversidade com o determinismo ecológico e seu contexto transepistêmico.