Recentemente estreou Wiñaypacha (título em espanhol Eternidad), o primeiro filme peruano longa-metragem integralmente falado em aimará, alcançando imenso sucesso não só nos cinemas do Peru como internacionalmente. O filme dirigido por Óscar Catacora, jovem cineasta peruano de origem aimará, é uma obra-prima tanto por suas qualidades estéticas quanto narrativas. O objetivo deste artigo é mostrar como fotografia e roteiro, também assinados pelo diretor, têm um forte caráter poético e potente enquanto recursos reveladores do pensamento andino, sendo a ideia de Eternidade central nesse sentido. Por fim, trata-se de destacar o protagonismo que os povos andinos alcançam com o sucesso de Wiñaypacha em lugares onde há muito tempo são/estão presentes, porém, vistos predominantemente como coadjuvantes.