A produção e circulação do cinema indígena na Serra Nevada de Santa Marta (Colômbia) moldou indigeneidades cosmopolitas a partir da apropriação da mídia, que está ligada à imagem mítica do morcego. A mídia indígena permitiu a consolidação de redes nacionais e transnacionais que constituem formas de ação política que condensam questões relacionadas a ser indígena, território, cultura e política das imagens. Neste artigo, a repatriação dos arquivos visuais do Marques de Waverin ao povo Arhuaco, na qual o líder Juan Bautista Villafaña (Duane) aparece nos anos 30 e o pai do cineasta de arhuaco, Amado Villafaña, é discutido. O repatriamento dessas imagens se configura como uma forma de ação política, relacionada à construção de algumas reivindicações em torno da soberania visual e da propriedade coletiva, que permite aos povos indígenas a possibilidade de reinterpretar sua memória cultural, um lugar em permanente disputa.