Este artigo discute as formas de percepção que estão em jogo no teatro contemporâneo e coloca no centro da discussão a relação entre arte e política. A questão principal é que nas práticas artísticas contemporâneas o espectador não pode ser entendido como um receptor passivo, mas efetivamente como um cocriador que elabora novos caminhos e propõe significados a partir da própria experiência. Partindo do teatro contemporâneo e das relações por ele propostas entre a encenação e os espectadores, o presente artigo considera que a política da arte contemporânea está menos nas tematizações e na afirmação de um engajamento artístico do que na proposição de uma experiência sensível, em que o espectador ocupa posição central.
This article discusses the new forms of perception required in contemporary theater, putting in the center of the discussion the relationship between art and politics. The main issue is that in contemporary artistic practices the viewer cannot be understood as a passive receptor, but effectively as a co-creator, which develops and proposes new ways meanings from their own experience. From the contemporary theater and the relationship it proposes between the staging and the audience, this article considers that the politics of contemporary art is less in their thematizations and in the statement of artistic engagement than in the proposition of a sensitive experience, where the spectator occupies a central position.