Por décadas a educação infantil foi vista com desconfiança, pouco valorizada, apontada como etapa
não essencial em que a criança apenas estaria em um espaço seguro para receber cuidados e para
brincar. Aos poucos, observou-se que a educação infantil era também um espaço de socialização,
onde a criança estaria junto com outros sujeitos de sua faixa etária, para aprender a conviver
socialmente e gradativamente desenvolver hábitos próprios à infância, sem, no entanto, conceber
a devida importância desse processo para o desenvolvimento e a formação da criança, não apenas
durante a infância como também em etapas seguintes ao longo de seu crescimento. Certamente o
brincar é ação constante da infância e, portanto, da própria educação infantil, mas certamente é muito
mais que apenas ação de lazer e divertimento, pois através de jogos e brincadeiras, que compõem
etapas de grande importância ao processo de apropriação das aprendizagens e do desenvolvimento
motor, social, emocional e cognitivo do sujeito, a criança extrapola seu universo pessoal e passa
a integrar a sociedade enquanto sujeito ativo, apresentando seus desejos, suas escolhas, seus
valores e sua individualidade.