Discute-se o diálogo reflexivo entre alfabetização de jovens e adultos e a educação das relações étnico-raciais. Trata-se de um recorte da dissertação de mestrado defendida noPrograma de Pós-Graduação em Educação (PPGed) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). As análises reflexivas foram realizadas por meio da abordagem qualitativa de cunho exploratório, cujo instrumento para elaboração dos dados foi a entrevista semiestruturada. Quanto às participantes, elegemos oito educandas do I segmento etapas I, II e III da modalidade EJA, que equivale ao 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental anos iniciais, todas autodeclaradas negras. Recorremos, também, à pesquisa bibliográfica e documental, bem como aos marcos legais que alicerçam a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a educação das relações étnicos raciais. Os resultados apontam que o/a educando/a da EJA é o mesmo sujeito que, desde a infância, experiencia opressões sociais por conta do seu pertenço étnico, de raça/cor, de classe, de gênero e tantas outras formas de violência. Embora exista uma vasta legislação que ampare a discussão dessa temática na escola, ela ainda tem dificuldade de abordar essas questões, assim, muitas vezes, silencia-se diante do racismo estrutural que perpassa o âmbito escolar.
The reflective dialogue between youth and adult literacy and the education of ethnic-racial relations is discussed. This is an excerpt from the master's thesis defended in the Postgraduate Program in Education (PPGEd) at the State University of Southwest Bahia (UESB). The reflective analyzes were carried out using a qualitative approach of an exploratory nature, whose instrument for preparing the data was the semi-structured interview. As for the participants, we elected eight students from the I segment stages I, II and III of the EJA modality, which is equivalent to the 1st, 2nd and 3rd year of elementary school, all self-declared black. We also used bibliographical and documentary research, as well as the legal frameworks that support Youth and Adult Education (EJA) and the education of ethnic-racial relations. The results indicate that the EJA student is the same subject who, since childhood, has experienced social oppression due to their ethnic, race/color, class, gender and many other forms of violence. Although there is extensive legislation that supports the discussion of this topic at school, it still has difficulty addressing these issues, so it isoften silent in the face of the structural racism that permeates the school environment.