Este artigo foi fundamentado em uma pesquisa que buscou compreender como se pensava o ensino de crianças falantes de espanhol no âmbito da rede pública municipal – 1ª a 5ª série – da cidade de Foz do Iguaçu que se encontra em uma região de Tríplice Fronteira com Argentina e Paraguai. Para isso se propôs a análise discursiva dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) de doze escolas e a observação de base etnográfica em três diferentes escolas da região: duas escolas no bairro do Morumbi e uma escola no bairro do Porto Meira. Objetivou-se com isso elencar se havia no contexto educacional reflexões que abordavam a educação inclusiva de crianças não-brasileiras nas escolas de Foz do Iguaçu, aspecto cada vez mais crescente que reflete a realidade sociohistórica da cidade. Para tanto, nos baseamos na teoria de currículos (PADILHA e GADOTI, 2003; VEIGA, 2002 e 2009) e o ensino intercultural (CANDAU, 2008) e com isso, observamos a premente necessidade de se reestruturar o modo de ensinar em uma região historicamente marcada pela diversidade linguística e cultural.