TEMPO DE CANTAR: A NECESSIDADE DE ULTRAPASSAR O SILÊNCIO

Perspectiva Teológica

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Editor Chefe: Francisco das Chagas de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/1968
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Teologia

TEMPO DE CANTAR: A NECESSIDADE DE ULTRAPASSAR O SILÊNCIO

Ano: 2023 | Volume: 55 | Número: 1
Autores: Clovis Salgado Gontijo
Autor Correspondente: Clovis Salgado Gontijo | [email protected]

Palavras-chave: Silêncio, Júbilo, Expressão, Inefável, Música

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ao reconhecerem a limitação da linguagem discursiva diante da experiência íntima com Deus, diversos místicos cristãos adotaram ou recomendaram o silêncio como resposta para tal experiência. Contudo, em seus Comentários aos Salmos, Santo Agostinho, embora endosse a reiterada desconfiança pelo logos, contraindica o silêncio. Diante do que não se pode falar nem se calar, a solução seria jubilar, aconselha o santo, remetendo-se a um gênero musical do período, o jubilus, canto de exultação sem palavras. Neste artigo, examinar-se-á essa curiosa prescrição, verificando, primeiramente, quais as limitações do silêncio como modo de expressão (seja em geral, seja da experiência mística) e, em segundo lugar, de que forma a música poderia se manifestar como resposta mais consentânea a uma experiência do transcendente. Para tanto, recorrer-se-á a textos não só de Santo Agostinho, mas de autores contemporâneos como Ludwig Wittgenstein, Vladimir Jankélévitch e Susanne Langer, sensíveis ao tema do inefável



Resumo Inglês:

By considering the limitation of discursive language before the intimate experience with God, many Christian mystics adopted or recommended silence as a response to that experience. Nevertheless, in his Expositions of the Psalms, Saint Augustine, despite endorsing the recurrent suspicion regarding logos, advises against silence. Before something that can neither be talked about nor fallen silent before, the solution would be to sing with jubilus, a song of exultation without words, practiced at that time. The present article will examine this curious prescription, checking firstly the possible limitations of silence as a form of expression (be it general or mystical experience) and, secondly, how music could reveal itself as the most adequate response to an experience of the transcendent. For this purpose, besides Saint Augustine's Expositions, texts by contemporary authors including Ludwig Wittgenstein, Vladimir Jankélévitch and Susanne Langer will be considered, all of whom were attentive to the theme of ineffability.