O presente estudo versa sobre as disputas travadas nos processos de criação e de institucionalização de políticas públicas de preservação da memória política em quatro países do Cone Sul que foram submetidos a regimes de exceção (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai). Para fundamentar este estudo, traçou-se, inicialmente, o referencial teórico sobre o conceito lugares de memória, como também sobre a institucionallização desses dispositivos e sua relação com o patrimônio cultural. Utilizou-se como aparato metodológico a técnica de estudos de casos. Os quatro países analisados foram selecionados por serem, até o presente, os que mais avançaram na aplicação da Justiça de Transição, com destaque para a responsabilização de agentes do Estado e criação dos chamados Lugares de Memória política. Foram selecionados, de cada país, exemplos de lugares de memória que ilustram os embates travados. Constata-se que a institucionalização de lugares de memória nasceu das pressões dos movimentos sociais organizados sobre o poder público. Constatase, ainda, que as disputas pela memória são permanentes porque refletem os diferentes interesses políticos, econômicos e sociais presentes na sociedade.