Neste texto, busco analisar os conflitos e as resistências que se estabelecem em torno da implantação de megaprojetos de desenvolvimento. Especificamente, procuro lançar luz sobre as lutas e as iniciativas alternativas empreendidas pelo Movimento #ocupeestelita na disputa de um espaço histórico e paisagístico, denominado Cais José Estelita, localizado em Recife-PE, alvo de um empreendimento imobiliário. Meu pressuposto é que estes acontecimentos geraram transformações e fizeram aflorar, a partir de atos insurgentes e criativos, novas experiências de gramáticas espaciais insurgentes e novas centralidades urbanas, alterando a direção dos fluxos comunicativos e, sobretudo, a posição e a identidade dos sujeitos interagentes. Para análise, recorro a uma pesquisa etnográfica realizada entre os anos de 2013 e 2017 que registrou e interpretou as ocupações, dinâmicas, discursos e formas de participação.