Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) é uma ONG formada predominan-temente por mulheres e constitui objeto deste artigo. O objetivo é mostrar, por meio das análises dos conteúdos das suas publicações, como tem sido formado um contradiscurso que confronta a Igreja Católica em diferentes níveis, sobretudo no que diz respeito aos temas dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. O argumento desenvolvido parte da perspectiva de que o ativismo religioso conservador se constitui em uma resposta ao avanço dos movimentos feministas e dos movimentos pela diversidade sexual que, além da sexualidade e da moralidade, disputam o eixo central de poder das religiões. Atuando ora como ator religioso, ora como ator político, conectando constantemente estas duas dimensões, a instituição católica vem possibilitando o surgimento de novos discursos no seu interior, cujas vozes se fazem audíveis no mundo público, para além dos muros institucionais, como as Católicas pelo Direito de Decidir.
Catholics for the Right to Decide (CDD) is an NGO formed predominantly by women and is the subject of this article. The aim is to show, by analyzing the content of its publications, how a counter-discourse has been formed that confronts the Catholic Churchat different levels, especially with regard to women’s sexual and reproductive rights. The argument developed is based on the perspective that conservativereligious activism is a response to the advance of feminist movements and movements for sexual diversity which, in addition to sexuality and morality, are disputing the central axis of power of religions. Acting sometimes as a religious actor and sometimesas a political actor, constantly connecting these two dimensions, the Catholic institution has made it possible for new discourses to emerge within it, the voices of which are audible in the public world, beyond the institutional walls, such as Catholics for the Right to Decide.