O objetivo deste artigo é problematizar dois marcadores sociais da diferença, que,por mais que os reconheçamos como promotores da diversidade, tomam depânico muitos, quando percebem sua presença na sala de aula,são eles:as questões da ordem da sexualidade e aquelas da ordem da deficiência. Destarte, trabalhamos com a ideia de que não se trata apenas de entender a diversidade na escola como fruto de inclusão de indivíduos portadores de tais ou quais marcadores sociais da diferença;entretanto,em realidade,cada indivíduo é uma unidade complexa de diversos marcadores, que atuam em conexão e em relação com a classe de alunos, o que torna o empreendimento de construir uma escola marcada pela diversidade bastante complexo,doponto de vista da sociabilidade e dos aspectos cognitivos. Do mesmo modo, associada ao fenômeno do corpo, no qual a ausência de membros ou a presença de limitações funcionais tornam-se elementos definidores do sujeito, compreendemos que a deficiência deveser vista como mais uma forma de se viver e experenciar o corpo biológico. Isso significa afirmar que a deficiência é a expressão da diversidade humana,que, dotada de sentidos, não pode se restringir ao espaço do discurso, no qual a sexualidade daqueles sujeitos seja submetida à provisoriedade dos termos teóricos e legais, impondo-lhes uma sexualidade normatizada.