O objetivo geral deste artigo é refletir sobre a desigualdade de gênero sofrida pelas mulheres ao longo da história e problematizar o patriarcado e as características atribuídas às mulheres na reprodução da estrutura familiar na sociedade capitalista contemporânea. Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada no conteúdo da primeira seção do trabalho de conclusão do curso de Serviço Social intitulado “Violência enraizada contra mulher: um retrato da realidade”, apresentado no ano de2018 pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para a revisão bibliográfica foram utilizadas as bases históricas da colonização do Brasil, com destaque para as referências dos autores Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro, complementadas por referências de autores que discutem a questão de gênero e o papel da mulher na sociedade. Nesse sentido, resgatam-se elementos referentes às origens históricas da violência contra a mulher, assim como os seus impactos na sociedade capitalista contemporânea. Os principais resultados ratificam o patriarcado como um sistema que naturalizou o papel inferior da mulher na sociedade, subordinando-as hierarquicamente aos homens, além da articulação do capitalismo com a opressão contra as mulheres. Embora se registrem frequentes lutas em favor de legislações voltadas à garantia dos direitos das mulheres, percebe-se que as antigas estruturas hierárquicas que comandam as estruturas familiares não apresentaram significativas rupturas. As velhas concepções de dominação e posse ainda operam nas relações entre homens e mulheres. As transformações e conquistas sociais e civis asseguraram, mesmo que não completamente, uma maior inserção e participação da mulher, porém o patriarcado ainda persiste atualmente, com outras faces, mas com a mesma essência.