Objetivo: compreender como ocorre a notificação de eventos adversos sob a ótica de profissionais de enfermagem. Métodos: estudo qualitativo, realizado com 38 profissionais de enfermagem. Coletaram-se os dados por meio de um formulário eletrônico composto por caracterização pessoal e profissional e por perguntas norteadoras. Para a análise dos dados de caracterização, utilizou-se estatística descritiva e para os qualitativos, análise de conteúdo na modalidade temática. Resultados: participaram 21 enfermeiros e 17 técnicos de enfermagem, em sua maioria, mulheres, jovens, de instituições hospitalares de quatro estados brasileiros. Emergiram duas categorias: Notificação do evento adverso: mais uma tarefa a ser cumprida no cotidiano de trabalho e Notificação e tratamento institucional dos eventos adversos: da abordagem pessoal à processual, com subcategorias. Conclusão: as notificações enfocam o preenchimento do instrumento institucional e identifica-se falta de clareza sobre o que são eventos adversos. Persevera uma cultura punitiva, no entanto, parece haver um movimento que sinaliza para uma abordagem processual. Contribuição para a prática: espera-se contribuir para a conscientização sobre a temática e para as instituições elaborarem estratégias de notificação mais efetivas no sentido de monitorizar a segurança do paciente e direcionar melhorias.
Objective: to understand how adverse events are reported from the point of view of nursing professionals. Methods: a qualitative study was carried out with 38 nursing professionals. Data was collected using an electronic form of personal and professional characterization and guiding questions. Descriptive statistics were used to analyze the characterization data and thematic content analysis was used for the qualitative data. Results: 21 nurses and 17 nursing technicians participated, most young women from hospitals in four Brazilian states. Two categories emerged: Notification of adverse events, one more task to be carried out in daily work, and Notification and institutional treatment of adverse events, from a personal approach to a procedural one, with subcategories. Conclusion: notifications focus on filling in the institutional instrument, and there is a lack of clarity about what adverse events are. A punitive culture persists, but there seems to be a movement towards a procedural approach. Contribution to practice: we hope to help raise awareness of the issue and help institutions develop more effective reporting strategies to monitor patient safety and drive improvements.