Desde a sua gênese, o BNDES busca promover o desenvolvimento nacional e, atualmente, devido ao seu maior rol de atuação, o banco tem auxiliado a política externa brasileira na busca por autonomia e desenvolvimento. Nesta pesquisa, então, buscamos analisar a instrumentalização do BNDES na política externa do governo Lula (2003-2010) em dois eixos: (i) na internacionalização das empresas brasileiras e (ii) no financiamento de projetos na América do Sul. Dentro do primeiro eixo analítico, mapeamos variáveis como os desembolsos do BNDES-EXIM e suas respectivas áreas de atuação e a composição do BNDESpar. Já no segundo eixo, analisamos o protagonismo do banco na construção de infraestrutura regional sul-americana. A pesquisa consiste em um estudo descritivo, amparado pelo método de processamento qualitativo. Como técnica de pesquisa, a investigação se guiou por técnicas indiretas, tais como, as revisões bibliográfica e documental. Como resultados, encontramos que, no governo Lula, os mecanismos de suporte à internacionalização de empresas e do próprio BNDES foram institucionalizados, ao mesmo tempo em que houve a intensificação da participação do banco em projetos de infraestrutura sul-americanos. O BNDES, então, contribuiu, em parte, para uma inserção internacional brasileira mais autônoma e para a concretização dos objetivos do modelo neodesenvolvimentista que vigorou no período.