INTRODUÇÃO: A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva que reduz o tempo de vida e apresenta alta morbidade. No sistema gastrointestinal, especificamente, pode causar desnutrição protéica e perda muscular, o que também pode comprometer a resposta desses indivíduos ao exercício físico.
OBJETIVO: Correlacionar gravidade, índice de massa corporal e distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos em indivíduos com fibrose cística.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa Institucional. O estudo incluiu pacientes com FC atendidos em um Centro de Referência brasileiro, com idade superior a 6 anos, sem comprometimento motor ou cognitivo. O índice de massa corporal (IMC) e a capacidade funcional foram avaliados pelo teste de caminhada de 6 minutos de acordo com os padrões da American Thoracic Society. A distância predita no teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) foi calculada por meio de duas fórmulas diferentes, dependendo da idade do participante. Para a análise da gravidade da doença, foram utilizados a espirometria e o escore de Shwachman-Kulczycki (SK). A análise estatística foi realizada usando o software Sagemaker (AWS, Python 3.4.1). Os dados foram relatados como média ± desvio padrão (DP). O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para calcular as correlações entre as variáveis. Considerou-se como valores estatisticamente significativos p<0,05.
RESULTADOS: Participaram da pesquisa 26 indivíduos. A idade média foi de 10,94 ± 7,69 anos e o IMC foi de 16,65 ± 3,08. Do total de participantes, apenas três atingiram a distância prevista calculada; três interromperam o teste antes do final, justificando dispneia e dor em membros inferiores. A distância média percorrida no TC6 foi de 430,39m ± 154,47m (variação: 71m - 616m). Observouse correlação positiva moderada entre o escore SK com o VEF1 (r=0,58) e o escore SK com a porcentagem do valor previsto do VEF1 (r=0,61). Correlações fracas foram observadas entre DTC6 e VEF1 (r=0,31); e entre IMC e escore SK (r=0,25).
CONCLUSÃO: Correlações positivas entre DTC6 e índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) e entre IMC e VEF1 indicam que essas variáveis são responsáveis pelo comprometimento da aptidão física e qualidade de vida de indivíduos com FC.
