INTRODUÇÃO: A fibrose cística (FC) é uma doença crônica rara que necessita de tratamento individualizado e multidisciplinar. A fisioterapia tem um papel importante no controle da doença, na prevenção e tratamento de exacerbações pulmonares e na qualidade de vida desses pacientes. No contexto da pandemia de COVID-19, o serviço de telessaúde se mostrou promissor e necessário no estreitamento da relação terapeuta-paciente e na continuidade do tratamento.
OBJETIVO: Aplicar um programa de fisioterapia por telessaúde para crianças e adolescentes com FC, e avaliar, por meio de variáveis clínicas, protocolos de adesão e de qualidade vida dos pacientes, o impacto dessa ferramenta.
METODOLOGIA: Foi aplicado um programa de fisioterapia por teleatendimento em crianças e adolescentes portadores de FC, e, posteriormente foram avaliados, por meio de variáveis clínicas, protocolos de adesão e de qualidade vida, os impactos dessa ferramenta de atendimento fisioterapêutico. Parecer ético (4,584,786). Foram incluídas oito crianças e adolescentes portadoras de FC, acompanhadas previamente em um ambulatório de pediatria de um hospital universitário, de ambos os sexos e com idades entre os 7 e 25 anos. Antes do início do protocolo de atendimentos fisioterapêuticos à distância, os participantes realizaram um atendimento presencial, no qual foram aplicados: questionário de qualidade de vida CFQ-R questionnaire report; teste de caminhada de 6 minutos (TC6M); e espirometria. Os teleatendimentos foram realizados semanalmente, através da Plataforma Zoom, por alunos do último ano do curso de fisioterapia de uma universidade, com a supervisão de seus professores. Após quatro meses, os participantes foram reavaliados em uma consulta presencial.
RESULTADOS: A pontuação total média obtida no questionário de qualidade de vida aplicado antes e após a realização do protocolo de atendimentos fisioterapêuticos foi de 65±8,03 e 72,25±8,64, respectivamente. Os resultados do TC6M realizados antes e após o protocolo de teleatendimentos foi de 73,72±5,62% e 78,75±6,2% da distância percorrida predita, respectivamente. Os valores espirométricos não demonstraram alterações significativas. Além disso, os participantes relataram maior adesão ao tratamento e interesse em continuar com o atendimento à distância.
CONCLUSÃO: O teleatendimento corroborou com o tratamento fisioterapêutico de pacientes portadores de FC, com a melhora da qualidade de vida, aumento da rotina de exercícios físicos e consequentemente com a melhora da adesão ao tratamento.