INTRODUÇÃO: A fibrose cística (FC) é uma doença genética, autossômica recessiva causada por uma mutação na proteína CFTR, sendo o espessamento das secreções corporais a principal característica da doença. O acúmulo de secreções pulmonares leva a infecções respiratórias recorrentes, perda de função pulmonar e aumento da morbimortalidade. A fisioterapia respiratória é parte fundamental no tratamento da doença e a sua realização com dispositivos de pressão expiratória positiva já estão bem consolidadas na literatura. O objetivo deste estudo de caso foi analisar a satisfação dos pacientes durante a fisioterapia respiratória realizada com dispositivos de pressão expiratória positiva e comparar com o assistente de tosse (AT).
DESCRIÇÃO: Foram incluídos 5 pacientes hospitalizados, três do sexo feminino, com média de 28 anos e volume expiratório forçado no primeiro segundo 47,2%. A média de tempo da realização do AT durante a internação foi de 8 dias. Os pacientes foram auxiliados por um fisioterapeuta em duas sessões de adaptação com o AT, onde foram escolhidos individualmente os parâmetros que seriam utilizados. Após o período de adaptação, os pacientes passaram a realizar de forma independente o AT até três vezes ao dia, conforme rotina de fisioterapia pré-estabelecida. Além do período de adaptação, o fisioterapeuta realizou a supervisão de pelo menos uma sessão/dia. Ao final da internação, os pacientes realizaram uma comparação quanto a satisfação em realizar a fisioterapia com o AT em relação aos dispositivos de pressão expiratória positiva. A satisfação dos pacientes foi avaliada através da escala de Linkert de 5 pontos. Dentre os pacientes incluídos, todos concordaram plenamente que o AT facilita a expectoração das secreções pulmonares, que sentem o pulmão mais limpo após a terapêutica, assim como, estimula a independência ao realizar a fisioterapia.
Todos os pacientes concordaram que o AT apresenta uma eficácia maior do que os dispositivos de pressão expiratória positiva durante a realização da fisioterapia. Além disso, quatro dos cinco pacientes incluídos relataram que preferiram realizar a fisioterapia com o AT. Como justificativa para estes resultados, os pacientes relatam maior facilidade na expectoração, menos cansaço durante a sessão e menor tempo de duração da terapêutica. Três pacientes relataram audiofonia após as primeiras sessões com o AT, com melhora espontânea. Não foram relatados ou observados outros efeitos adversos associados ao AT.
DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS: A fisioterapia é parte fundamental do tratamento de pacientes com FC. O AT pode ser uma alternativa para melhor manejo das secreções pulmonares e maior conforto durante a realização da fisioterapia respiratória em pacientes hospitalizados por exacerbações pulmonares.