Os efeitos de uma exacerbação pulmonar infecciosa sobre a massa livre de gordura em pacientes adultos internados com fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Os efeitos de uma exacerbação pulmonar infecciosa sobre a massa livre de gordura em pacientes adultos internados com fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Michelle Nunes Silveira, Paulo de Tarso Roth Dalcin, Letícia Bauer Jacobsen, Bruna Ziegler
Autor Correspondente: Michelle Nunes Silveira | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, massa livre de gordura, função pulmonar

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: Pacientes com fibrose cística (FC) vivenciam um estado inflamatório e catabólico de fase aguda contínuo que pode induzir a piora da composição corporal e do estado nutricional, os quais estão frequentemente associados com a piora da função pulmonar e da sobrevida.

OBJETIVO: Avaliar o impacto da exacerbação pulmonar infecciosa grave sobre a massa livre de gordura (MLG) e sobre o índice de massa livre de gordura (IMLG) em adultos com FC que necessitaram de internação hospitalar. Analisar também fatores associados com este processo.

METODOLOGIA: Foi realizado um estudo longitudinal, prospectivo com coleta de dados na admissão hospitalar e no 14º dia de internação no período de janeiro de 2019 a agosto de 2021 (Projeto nº 180468). A avaliação nutricional foi realizada através da antropometria e da composição corporal (bioimpedância), avaliação do apetite (Escala Visual do apetite - EVA), avaliação do grau da exacerbação pulmonar (Escore de Kanga), avaliação funcional (espirometria e teste de caminhada de 6 minutos). Foram utilizados também marcadores bioquímicos inflamatórios e que se relacionam com o catabolismo nutricional (cortisol e PCR).

RESULTADOS: A comparação dos parâmetros clínicos e nutricionais na internação hospitalar e no 14º dia, em geral, obtiveram melhora. A variação da média do IMLG foi de 15,3 ± 1,9 Kg/m2 para 15,7 ± 2,0 Kg/m2 (p<0,001) e a variação da MLG foi de 41,8 ± 7,3Kg para 43,0 ± 7,8Kg (p<0,001) e para a variação do volume expiratório forçado do primeiro segundo (VEF1) % do previsto a mediana foi de 40,0 (30,0; 53,0) para 45,0 (35,0; 62,0) e p=0,001. A análise de regressão linear multivariada identificou como variável independente significativamente associada com a melhora do IMLG apenas o sexo (B= -1,81, intervalo de confiança - IC 95%= -3,10; -0,51, p=0,008). Já para o acréscimo de MLG foram identificadas duas variáveis independentes significativamente associadas, o sexo (B= -10,38, IC 95%= -14,70; -6,06, p< 0,001); e a capacidade vital forçada (CVF) % do previsto (B=0,13, IC 95%=0,04; 0,23, p=0,006).

CONCLUSÃO: Ocorreu uma melhora significativa da MLG e do IMLG entre o início da internação e o 14º dia de internação. O sexo e a CVF % do previsto foram responsáveis por prever a melhora da MLG. Já para o IMLG a variável preditiva dessa melhora foi apenas o sexo, sendo o sexo masculino o que teve um maior acréscimo de MLG e no IMLG.