Grau de satisfação do usuário com fibrose cística em relação à telessaúde durante a pandemia de Covid-19

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Grau de satisfação do usuário com fibrose cística em relação à telessaúde durante a pandemia de Covid-19

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Maurício Antonio da Silva Junior, Rebeca Ferreira Costa, Alessandro Rego de Lima, Vanessa Ribeiro da Silva Valentim, Lavínia Mayara da Silva Reis, Aline Antunes de Cerqueira Pinheiro, Saint Clair dos Santos Gomes Jr, Célia Regina Moutinho de Miranda Chaves, Renata Wrobel Folescu Cohen, Christine Pereira Gonçalves, Nelbe Nesi Santana
Autor Correspondente: Maurício Antonio da Silva Junior | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, telessaúde, telemedicina, system usability

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A fibrose cística (FC) é uma doença autossômica recessiva, progressiva e multissistêmica e seu tratamento deve ser continuado durante a pandemia de COVID-19 com as devidas precauções de isolamento. A telessaúde surgiu como uma estratégia para reduzir o risco de infecções nestes pacientes.

OBJETIVO: Determinar o grau de satisfação do usuário com FC em relação à telessaúde e seus fatores associados durante a pandemia de COVID-19.

METODOLOGIA: Foi realizado um estudo transversal, observacional e analítico, proveniente de uma coorte bidirecional em um centro de referência no Rio de Janeiro com crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos com diagnóstico de FC que participaram do atendimento via telessaúde durante a pandemia. Os dados foram coletados entre fevereiro e julho de 2021, após o retorno das consultas presenciais. Foram registradas as variáveis sociodemográficas (sexo e idade) e clínicas (tipo de mutação genética, colonização bacteriana e volume expiratório forçado no primeiro segundo - VEF1) e foi aplicada a System usability scale (SUS) para avaliar a satisfação do usuário.

RESULTADOS: Foram avaliados 34 pacientes com idade média de 10,09 ± 4,83 anos, 47,06% do sexo masculino; 82,35% da amostra apresentava pelo menos uma mutação F508del e houve predominância do patógeno Staphylococcus aureus resistente à meticilina. A distância média para o centro de referência foi 78,00 ± 82,39 km. Durante o período de coleta, 17,65% dos indivíduos necessitaram de internação. Entre as especialidades atendidas, 100% da amostra foi acompanhada pela pneumologia e 88,26% também foi acompanhada pela fisioterapia. O equipamento mais utilizado foi o celular (79,41%) e maior parte dos usuários (91,18%) utilizou internet tipo wifi. A média do score da aplicação da SUS foi 77,5 ± 15,31 e maior parte da amostra classificou o teleatendimento entre bom e melhor possível (97,06%). Em relação à associação entre as categorias e a pontuação da SUS, só houve diferença estatisticamente significativa no equipamento utilizado (p = 0,037). Os usuários que utilizaram o computador avaliaram melhor.

CONCLUSÃO: A telessaúde tem se mostrado uma excelente ferramenta para o atendimento de pacientes com FC durante a pandemia de COVID-19. Assim, os atendimentos via telessaúde devem ser continuados após a pandemia em abordagens específicas. Nosso estudo evidenciou bom grau de satisfação do usuário em relação ao teleatendimento.