Áreas urbanas informais e densamente construídas na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil tendem a ficar mais quentes do que a cidade formal e podem apresentar condições de desconforto térmico durante todo o ano. Considerando a escassez de estudos nestas áreas, apresenta-se o caso do Conjunto Paulo VI, localizado em Belo Horizonte, com o objetivo de avaliar as condições de conforto térmico no horário mais quente de um dia de inverno. Dados microclimáticos foram levantados em 25 pontos da área e inseridos no programa Rayman PRO, que foi configurado com as características do entorno de cada ponto e da população aclimatada, para cálculo do índice de conforto térmico Temperatura Equivalente Fisiológica (PET). Os resultados mostram que as condições de desconforto térmico nesta área estão relacionadas sobretudo à incidência solar nos recintos urbanos, sendo que as características construtivas da área acabam provocando altas temperaturas de superfície e radiante média. Considerando que a temperatura radiante média é uma variável microclimática que muito influencia o cálculo do PET, em dias ensolaradose de baixas velocidade do vento, medidas que possibilitem sua redução podem auxiliar na concepção de ambientes com condições térmicas mais favoráveis, diminuindo o desconforto térmico na área de estudo.Isto sugere que o sombreamento das áreas públicas pode ser a principal estratégia local para aumentar a resiliência do ambiente urbano à tendência de aquecimento e ao desconforto térmico.
Informal, densely built urban areas in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, tend to be hotter than the formal city and may present thermal discomfort throughout the year. Considering the scarcity of studies in these areas, the case of Paulo VI Housing, located in Belo Horizonte, is presented, to evaluate thermal comfort conditions during the hottest time of a winter day. Microclimatic data were collected at 25 points in the area and inserted as input data into the software Rayman PRO, which was configured with the characteristics of the surroundings of each point and the acclimatized population, to calculate the thermal comfort index Physiological Equivalent Temperature (PET). The results show that the conditions of thermal discomfort in this area are mainly related to solar incidence in urban areas and that the construction characteristics of the area may contribute to high surface and average radiant temperatures. Considering that the mean radiant temperature is a microclimatic variable that greatly influences the PET calculation, on sunny days with low wind speeds, measures that enable its reduction can help in the design of environments with more suitable thermal conditions, reducing thermal discomfort in the study area. This suggests that the shading of public areas may be one of the main local strategies to increase the resilience of the urban environment in contexts of warming trends and thermal discomfort.