Descrição dos primeiros recém-nascidos monitorizados por meio de eletroencefalograma de amplitude integrada em uma maternidade privada do Nordeste do Brasil

Residência Pediátrica

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ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Descrição dos primeiros recém-nascidos monitorizados por meio de eletroencefalograma de amplitude integrada em uma maternidade privada do Nordeste do Brasil

Ano: 2024 | Volume: 14 | Número: 4
Autores: Lucas Rocha Barreto de Almeida; Marcos Alves Pavione; Arnon Silva de Carvalho; Gabriel Fernando Todeschi Variane
Autor Correspondente: Lucas Rocha Barreto de Almeida | [email protected]

Palavras-chave: Eletroencefalografia, Recém-nascido, Convulsões

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A monitorização cerebral contínua por meio da eletroencefalografia de amplitude integrada (aEEG) permite a detecção de crises convulsivas subclínicas e seu tratamento precoce, promovendo a neuroproteção e a prevenção de lesões neurológicas permanentes. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil dos recém-nascidos (RN) monitorados à distância com o uso da aEEG com a finalidade de detectar crises convulsivas, em uma maternidade privada da região Nordeste do Brasil.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo clínico observacional, descritivo e transversal. Utilizou-se amostra de conveniência, que incluiu todos os RN sequenciais submetidos à neuromonitorização de fevereiro de 2021 a junho de 2022. Por meio de formulário confeccionado pelos pesquisadores, os dados maternos e clínicos dos RN foram coletados e posteriormente submetidos à análise estatística descritiva por meio do software R Core Team 2022 (Versão 4.2.2). O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética CAAE 55437521.8.0000.5371.
RESULTADOS: Um total de 16 RNs foram incluídos. As indicações mais comuns de monitoramento com aEEG foram a suspeita de crise convulsiva sem tratamento (37,5%) e RNs tratados por crise convulsiva (18,75%). Na evolução, 5 RNs (31,25%) puderam ter o anticonvulsivante suspenso precocemente após monitoramento com aEEG; 5 RNs (31,5%) com suspeita de crise clínica tiveram a hipótese descartada e não iniciaram o uso de anticonvulsivante, e em 18,8% (n=3) dos pacientes observou-se a presença de crises subclínicas ao exame, sendo iniciado o tratamento.
CONCLUSÃO: O aEEG permitiu à equipe médica suspender ou evitar o uso desnecessário de anticonvulsivantes na grande maioria (81,2%) dos RNs investigados e permitiu ainda manter ou iniciar com segurança anticonvulsivantes no restante dos casos (18,8%).



Resumo Inglês:

Continuous brain monitoring using amplitude-integrated electroencephalography (aEEG) enables the detection of subclinical seizures and their early treatment, promoting neuroprotection and preventing permanent neurological injuries. The objective of this study was to analyze the profile of newborns (NB) monitored remotely by a team using this methodology in a private maternity hospital in the northeastern region of Brazil.
METHODOLOGY: This was an observational, descriptive, and cross-sectional clinical study. A convenience sample was used, including all sequential newborns submitted to neuromonitoring from February 2021 to June 2022. Maternal and clinical data of the NB were collected through a form designed by the researchers and subsequently subjected to descriptive statistical analysis using R Core Team 2022 software (Version 4.2.2). The study was submitted and approved by the Ethics Committee under CAAE 55437521.8.0000.5371.
RESULTS: A total of 16 NB were included. The most common indications for aEEG monitoring were suspected seizures (37.5%) and the presence of witnessed clinical seizures (18.75%). During the study, 5 NB (31.25%) could have their anticonvulsant medication discontinued early after aEEG monitoring; 5 NB (31.5%) with suspected clinical seizures had the hypothesis ruled out and did not start anticonvulsant therapy, and in 18.8% (n=3) of patients, subclinical seizures were observed in the examination, leading to the initiation of treatment.
CONCLUSION: aEEG allowed the medical team to suspend or avoid the unnecessary use of anticonvulsants in 81.2% of the investigated NB and safely maintain or initiate anticonvulsant therapy in 18.8% of cases.