DOSSIÊ HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO

Revista de Estudos Interdisciplinares

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ISSN: 2674-8703
Editor Chefe: Ewerton da Silva Ferreira
Início Publicação: 27/07/2020
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas

DOSSIÊ HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO

Ano: 2020 | Volume: 2 | Número: 5
Autores: Rita Grecco, Rogério Piva
Autor Correspondente: Rita Grecco | [email protected]

Palavras-chave: Nenhum

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Resumo Português:

Ao longo do tempo temos observado a ampliação do interesse dos estudos históricos relacionados aos objetos, espaços e conhecimentos como subsídios essenciais à constituição e ativação da memória. Bergson (1975), destacou que o tempo é continuidade, o tempo é duração! Desta forma, o passado perdura no presente. Assim, um fato ocorrido no presente faz com que lembremos outro similar ocorrido no passado, ao tentar reviver esse fato vamos a um lugar de memória (geral), reviramos esse espaço em busca da lembrança que queremos e trazemos o passado ao presente. Avançando, podemos dizer que o tempo para Bergson é o passado e o passado é a memória, logo, o tempo é a memória! Por seu turno, Halbwachs (2013), diz ser a memória um fenômeno social que se forma a partir de uma memória coletiva. É uma reconstituição imperfeita do passado. Já para Nora (1993), embora os lugares de memória não sejam mais “espontâneos”, a memória é vida. “A memória é o lugar do presente eterno; a história, uma representação do passado. A memória é coletiva, enquanto a história é universal”. Segundo ele, A memória enraíza-se no concreto, nos objetos e gestos. Desta maneira, como as referências patrimoniais surgem da materialização de um discurso sobre o passado, o patrimônio é a constituição de memória. Sendo assim, o conceito de patrimônio, como processo, é algo que está sendo construído ao longo dos anos, a partir da complexa transformação do modo comportamental da sociedade quanto a seus sentidos, gostos, preferências e valores. Cada vez mais, a conservação do patrimônio ganha dimensões mais generalistas apoiadas em legislações e regulamentações abrangentes. Nesse contexto, espera-se que os estudos devam contemplar a inequívoca relação entre história, memória e patrimônio. Uma vez que, embora patrimônio e memória não sejam sinônimos, pode-se dizer que um existe em função do outro. Como afirma Candau (2014), o patrimônio é a expressão política da memória e a memória é a formadora da identidade. Da mesma forma, são pertinentes as discussões que tratam de todo o conjunto formador do patrimônio cultural em toda sua amplitude.