Crônicas de dois tempos: a representação LGBT nas décadas de 1990 e 2010 nas minisséries Crônicas de San Francisco

Intexto

Endereço:
Rua Ramiro Barcelos, 2705 - Sala 519
Porto Alegre / RS
90035-007
Site: http://www.intexto.ufrgs.br
Telefone: (51) 3308-5116
ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

Crônicas de dois tempos: a representação LGBT nas décadas de 1990 e 2010 nas minisséries Crônicas de San Francisco

Ano: 2025 | Volume: 0 | Número: 57
Autores: Kaippe Arnon Silva Reis, Ana Luisa de Castro Coimbra
Autor Correspondente: Kaippe Arnon Silva Reis | [email protected]

Palavras-chave: representação, LGBT, história, audiovisual, estudos culturais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo tem como objetivo analisar a representação da comunidade LGBT na primeira e na quarta minisséries do universo Crônicas de San Francisco, ambas baseadas nos escritos do autor Armistead Maupin e lançadas, respectivamente, em 1993 e 2019. O sujeito de ambos os microuniversos aqui estudados é Mary Ann Singleton, uma jovem branca e hétero, de Cleveland, que lida com uma São Francisco repleta de pessoas LGBTs e feministas, todas num espectro progressista de liberdade dos corpos. Também é comum nas narrativas a presença de cenas de choque cultural entre protagonista e coadjuvantes. Para realizar esta análise foi utilizado o método de leitura crítica dos textos midiáticos proposto por Kellner tendo como escopo teórico os Estudos Culturais, os Estudos Queer e os Estudos de Gênero. A análise do universo narrativo Crônicas de San Francisco nos possibilitou compreender a mudança representacional que aconteceu num intervalo de quase 25 anos. A partir desta análise, constatou-se que, se na primeira minissérie retratar homens gays brancos e uma personagem central trans parecia ser suficientemente disruptivo, nos anos 2010, para evocar diversidade foi necessário não apenas multiplicar as identidades desviantes como também pensar em um quase infinito número de interseccionalidades para que se pudesse dizer que o programa é diverso – com pessoas com deficiência, casais interraciais, pessoas vivendo com HIV e pessoas de diferentes localidades, cores e corpos.



Resumo Inglês:

This article aims to analyze the representation of the LGBT community in the first and fourth miniseries of the Tales of the City universe, both based on the writings of author Armistead Maupin and released, respectively, in 1993 and 2019. Both shows have in common the character of Mary Ann Singleton, a young straight white woman from Cleveland, who deals with a San Francisco filled with LGBT and feminist people, all on a progressive spectrum of bodily freedom, with scenes that show cultural clashes between the protagonist and supporting characters in both productions. To carry out this analysis, the method of critical media literacy proposed by Kellner was used, with Cultural Studies, Queer Studies and Gender Studies as its theoretical scope. The analysis of the narrative universe Tales of the City allowed us to understand the representational changes that occurred over the years. In the first miniseries, portraying a few white gay men and a trans central character seemed disruptive enough. In the 2010s, to evoke diversity it is necessary not only to multiply deviant identities but also to think about an almost infinite number of intersectionalities so that one can say a program is, in fact, diverse, with people with disabilities, interracial couples, people living with HIV, people of different locations, colors and bodies.