Tromboembolismo venoso em idade pediátrica: um olhar de 20 anos numa unidade de cuidados intensivos pediátricos

Residência Pediátrica

Endereço:
Rua Santa Clara, 292 - Copacabana
Rio de Janeiro / RJ
22.041-012
Site: http://www.residenciapediatrica.com.br
Telefone: (21) 2548-1999
ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Tromboembolismo venoso em idade pediátrica: um olhar de 20 anos numa unidade de cuidados intensivos pediátricos

Ano: 2024 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: Margarida Almendra; Catarina Santiago Gonçalves; Anaxore Casimito; João Falcão Estrada
Autor Correspondente: Margarida Almendra | [email protected]

Palavras-chave: Tromboembolia venosa, Trombose venosa profunda de membros superiores, Embolia pulmonar, Pediatria

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Caracterização clínica e abordagem de doentes com tromboembolismo (TEV).
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, descritivo de doentes com idade <18 anos com TEV numa unidade de cuidados intensivos pediátricos num hospital terciário, durante 20 anos [2002-2021].
RESULTADOS: Identificados 51 doentes: trombose venosa profunda (TVP) (n=30), trombose venosa cerebral (TVC) (n=21), tromboembolismo pulmonar (TEP) (n=4), trombose da veia porta (TVPO) (n=2) e trombose da veia renal (TVR) (n=1). Em 5 doentes, coexistiram TVC e TVP (n=1); TEP e TVP (n=3); e TVR e TVP (n=1). Média de 2,6 casos/ano. 52,3% sexo masculino, mediana 6 anos [1M;17A]. A presença de cateter venoso central foi o principal fator de risco (72%) na TVP associado a edema na região; ecografia com doppler foi o exame escolhido. Todos com TEP foram adolescentes; 75% apresentaram queixas torácicas confirmadaos por angio-TC; identificados = 2 fatores de risco em cada doente. O caso de TVR foi numa criança de 2 anos com neoplasia renal. Os casos de TVPO foram adolescentes com sintomas de hipertensão portal. O principal sintoma na TVC foi cefaleia (63,6); 52,4% secundários àa infeção respiratória alta; estudo da trombofilia positivo em 42,9%. Analiticamente, todos apresentaram D-Dímeros elevados. A maioria iniciou anticoagulação com enoxaparina (86,3%), que mantiveram 3 a 6 meses pós-alta. Média de internamento 17,6 dias. Registrou-se 1 episódio de recorrência e 1 óbito não relacionado com TEV.
DISCUSSÃO: A apresentação de fenóômenos tromboembólicos é inespecífica e as guidelines de abordagem são escassas na Pediatria. No entanto, é fulcral a sua deteção precoce, de modo a prevenir complicações.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: Clinical characterization and approach of patients with thromboembolism (VTE).
METODOLOGY: Retrospective, descriptive study of patients aged <18 years with VTE in a pediatric intensive care unit in a tertiary care hospital over 20 years [2002-2021].
RESULTS: Identified 51 patients: deep vein thrombosis (DVT) (n=30), cerebral vein thrombosis (CVT) (n=21), pulmonary thromboembolism (PTE) (n=4), portal vein thrombosis (PVT) (n=2) and renal vein thrombosis (RVT) (n=1). In 5 patients CVT and DVT coexisted (n=1); PTE and DVT (n=3); and RVT and DVT (n=1). Mean 2.6 cases/year. 52.3% male, median 6 years [1M;17Y]. The presence of a central venous catheter was the main risk factor (72%) in DVT associated with edema in the region; Doppler ultrasound was the exam of choice. All with PTE were adolescents; 75% had chest complaints confirmed by angio-CT; identified =2 risk factors in each patient. The case of RVT was a 2-year-old child with renal neoplasm. The cases of PVT were adolescents with symptoms of portal hypertension. The main symptom in CVT was headache (63.6); 52.4% secondary to upper respiratory infection; thrombophilia study positive in 42.9%. Analytically, all had elevated D-dimers. Most started anticoagulation with enoxaparin (86.3%), which they maintained for 3 to 6 months after discharge. Mean hospital stay was 17.6 days. There was 1 episode of recurrence and 1 death unrelated to VTE.
DISCUSSION: The presentation of thromboembolic phenomena is nonspecific and approach guidelines are scarce in Pediatrics. However, early detection is crucial to prevent complications.