OBJETIVOS: avaliar o perfil das crianças expostas intraútero ao HIV, nascidas em hospital terciário do Sul do Brasil, descrever a prevalência de crianças classificadas como alto risco e a taxa de transmissão vertical nessa população.
METODOLOGIA: estudo analítico-observacional transversal. Incluídas todas as crianças expostas ao HIV, nascidas em 2019 e 2020, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Dados foram coletados nos sistemas operacionais do hospital, prontuários físicos e SISCEL. Estudo aprovado pelo comitê de ética do hospital.
RESULTADOS: 142 pacientes foram incluídos no estudo. Dentre as progenitoras, 26,06% possuíam carga viral detectável no último trimestre de gestação, das quais 54,05% se encontravam acima de 1.000 cópias; 37,32% realizaram o diagnóstico durante a gestação; 40% das mulheres que receberam diagnóstico na gestação possuíam carga viral detectável no 3º trimestre (p=0,01). Das que possuíam carga viral detectável no 3º trimestre, 88,89% usaram de forma irregular ou não utilizaram TARV (p<0,01); 44,37% dos recém-nascidos foram enquadrados como de alto risco pelo protocolo vigente no período, enquanto seriam 63,38% pelo protocolo atual. A taxa de transmissão vertical foi de 1,41%. Houve 42,26% de perda de seguimento.
CONCLUSÃO: a prevalência de transmissão vertical foi baixa, comparável à de países desenvolvidos. Pré-natal de qualidade, diagnóstico precoce e adesão à TARV são fatores modificadores dos índices de transmissão vertical do HIV pela redução da carga viral materna no 3º trimestre.
OBJECTIVES: evaluate the profile of children exposed intrauterine to HIV born in a tertiary hospital in southern Brazil, describe the prevalence of children classified as high risk and the rate of vertical transmission in this population.
METODOLOGY: cross-sectional analytical-observational study. All HIV-exposed children born in 2019 and 2020 at the Clinical Hospital of the Federal University of Paraná were included. Data were collected from the hospitals operating systems, physical records and SISCEL. Study approved by the hospital ethics committee.
RESULTS: 142 patients were included. Among the mothers, 26.06% had a detectable viral load in the last trimester, of which 54.05% were above 1000 copies; 37.32% were diagnosed during pregnancy; 40% of women who were diagnosed during pregnancy had a detectable viral load in the 3rd trimester (p=0.01). Of those who had a detectable viral load in the third trimester, 88.89% used ART irregularly or did not use (p < 0.01); 44.37% of newborns were classified as high risk by the current protocol in the period, while with the current new protocol would be 63.38%. The vertical transmission rate was 1.41%. There was 42.26% of loss of follow-up.
CONCLUSION: the prevalence of vertical transmission was low, comparable to developed countries. Quality prenatal care, early diagnosis and adherence to ART are factors that modify the rates of vertical transmission of HIV due to the reduction of maternal viral load in the third trimester.