Este estudo explora o papel da comunicação digital no ativismo socioambiental, utilizando como exemplo o Instituto SOS Pantanal durante os incêndios de 2020. Através da análise das estratégias de mobilização digital, o estudo revela como as plataformas digitais permitem não apenas a disseminação rápida de informações, mas também a construção de vínculos identitários com o público. Com base na revisão da literatura, na análise documental e na análise de conteúdo das 32 postagens coletadas na fanpage do SOS Pantanal durante os meses de outubro e novembro de 2020, foi possível identificar que as publicações do SOS Pantanal focaram em ações de arrecadação de doações, uso de influenciadores e prestação de contas, destacando a importância da transparência para legitimar o movimento. As estratégias utilizadas foram eficazes para ampliar a visibilidade da causa e reforçar a mobilização. Contudo, essa abordagem não se traduziu na interação na plataforma, no engajamento com as pessoas afetadas localmente, nem em ações que pudessem ser reproduzidas fora do ambiente digital. Os resultados sugerem que, embora o ativismo digital ofereça novas oportunidades, há desafios relacionados à interação com o público e às limitações impostas por contextos políticos.
This study explores the role of digital communication in socioenvironmental activism, using the SOS Pantanal Institute during the 2020 fires as a case study. By analyzing digital mobilization strategies, the study reveals how digital platforms enable not only the rapid dissemination of information but also the construction of identity bonds with the public. Based on a literature review, document analysis, and content analysis of 32 posts collected from the SOS Pantanal fanpage during October and November 2020, it was possible to identify that SOS Pantanal’s posts focused on fundraising, the use of influencers, and accountability, highlighting the importance of transparency to legitimize the movement. The strategies used were effective in increasing the visibility of the cause and strengthening mobilization. However, this approach did not translate into platform interaction, engagement with locally effected people, or actions that could be replicated outside the digital environment. The results suggest that, although digital activism offers new opportunities, there are challenges related to interaction with the public and the limitations imposed by political contexts.