Este artigo analisa trajetórias acadêmicas de estudantes com deficiência no curso de medicina da Universidade de Brasília. A pesquisa possui caráter qualitativo e a coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com quatro universitários com deficiência. Com base nas vivências, discorremos sobre as condições de ingresso e de permanência desses discentes. Os relatos explicitam diversas barreiras no cotidiano universitário e a importância da rede de apoio de familiares, professores e colegas. Conclui-se que a implementação das cotas nos processos seletivos deve ser acompanhada por outras ações que visem a eliminação de barreiras arquitetônicas, nos transportes, pedagógicas e atitudinais.
This article analyzes the academic trajectories of students with disabilities in the medicine course at the University of Brasília. The research has a qualitative character and data collection occurred through semi-structured interviews with four students with disabilities. Based on our experiences, we discuss the conditions for these students to enter and stay at the University. The reports explain several barriers in everyday university life and the importance of the support network of family members, teachers and colleagues. It is concluded that the implementation of quotas in selection processes must be accompanied by other actions aimed at eliminating architectural, transport, pedagogical and attitudinal barriers.