O presente artigo objetiva refletir sobre a intolerância religiosa contra as religiões afro-brasileiras a partir de um relato de experiência em contexto escolar, em uma aula de Ensino Religioso, que tematizou a palavra “macumba”. Nesse contexto, buscou-se conhecer a percepção dos alunos sobre o termo, para em seguida apresentar as possíveis etimologias da expressão, bem como apontar como o processo colonial, o racismo e a imposição do cristianismo com sua cosmovisão dualista (bem e mal) moldaram o entendimento negativo sobre o termo “macumba” e, por consequência, sobre as religiões afro-brasileiras. Para tanto, além do relato, foi realizada também uma pesquisa de caráter bibliográfico acerca da intolerância religiosa, especificamente contra as religiões afro-brasileiras. Por fim, conclui-se neste artigo a necessidade de se estudar as religiões afro-brasileiras no Ensino Religioso e colaborar na desconstrução dessas percepções negativas que expressam o racismo da sociedade brasileira.
This article aims to reflect on religious intolerance against Afro-Brazilian religions based on an experience report in a school context, in a Religious Education class, which addressed the word “macumba”. In this context, we sought to understand the students’ perception of the term, and then present the possible etymologies of the expression, as well as to point out how the colonial process, racism and the imposition of Christianity with its dualistic worldview (good and evil) shaped the negative understanding of the term “macumba” and, consequently, of Afro-Brazilian religions. To this end, in addition to the report, a bibliographical research was also carried out on religious intolerance, specifically against Afro-Brazilian religions. Finally, this article concludes the need to study Afro-Brazilian religions in Religious Education and collaborate in the deconstruction of these negative perceptions that express racism in Brazilian society.
