A outra face do imperialismo: o controle de dados e a soberania digital

REVISTA DE CIÊNCIAS DO ESTADO - REVICE

Endereço:
Avenida João Pinheiro, nº 100, Centro.
Belo Horizonte / MG
30130-180
Site: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revice/index
Telefone: (31) 3409-8620
ISSN: 25258036
Editor Chefe: Theo Augusto Apolinário Moreira Fonseca
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

A outra face do imperialismo: o controle de dados e a soberania digital

Ano: 2025 | Volume: 10 | Número: 1
Autores: Letícia de Almeida Maestri, Yasmin Soares Nunes
Autor Correspondente: Letícia de Almeida Maestri | [email protected]

Palavras-chave: poder, imperialismo, soberania, capitalismo de vigilância

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo investiga as transformações nas dinâmicas de poder provocadas pelo avanço das mídias digitais, com ênfase na emergência do capitalismo de informação e do capitalismo de vigilância. A partir das contribuições de autores como Byung-Chul Han, Shoshana Zuboff e Andrew Korybko, analisa-se como as tecnologias digitais, embora apresentadas como neutras, operam dentro de estruturas moldadas por interesses econômicos, políticos e geopolíticos. Destaca-se o papel das Big Techsno controle das infraestruturas digitais globais e na captura massiva de dados, consolidando novas formas de dominação e reconfigurando a soberania no século XXI. O conceito de "soberania dos dados" é explorado como categoria central para compreender o poder na era digital, em um contexto internacional marcado por dinâmicas imperialistas. Nesse cenário, as chamadas guerras híbridas, isto é, conflitos furtivos que utilizam redes sociais e manipulação informacional, evidenciam a vulnerabilidade das soberanias nacionais. O artigo defende a urgência de formular políticas públicas capazes de proteger a soberania informacional dos países, reconhecendo os dados como recursos estratégicos de natureza geopolítica. Ao mapear os mecanismos contemporâneos de controle e influência digital, busca-se contribuir para o debate sobre autonomia tecnológica. 



Resumo Inglês:

This article investigates the transformations in power dynamics driven by the rise of digital media, with an emphasis on the emergence of informational capitalism and surveillance capitalism. Drawing on the contributions of authors such as Byung-Chul Han, Shoshana Zuboff, and Andrew Korybko, it analyzes how digital technologies, although often presented as neutral, operate within structures shaped by economic, political, and geopolitical interests. The role of Big Tech companies in controlling global digital infrastructures and in the massive capture of data is highlighted as a central mechanism of domination, reshaping sovereignty in the 21st century. The concept of "data sovereignty" is explored as a key category for understanding power in the digital age,within an international context marked by imperialist dynamics. In this scenario, so-called hybrid wars —covert conflicts that use social media and informational manipulation —reveal the vulnerability of national sovereignties. The article argues for the urgent need to formulate public policies capable of protecting countries’ informational sovereignty, recognizing data as a strategic resource of geopolitical relevance. By mapping the contemporary mechanisms of digital control and influence, the study seeks to contribute to the debate on technological autonomy. 



Resumo Espanhol:

El presente artículo investiga las transformaciones en las dinámicas de poder provocadas por el avance de los medios digitales, con énfasis en la emergencia del capitalismo informacional y del capitalismo de vigilancia. A partir de las contribuciones de autores como Byung-Chul Han, Shoshana Zuboff y Andrew Korybko, se analiza cómo las tecnologías digitales, aunque presentadas como neutrales, operan dentro de estructuras moldeadas por intereses económicos, políticos y geopolíticos. Se destaca el papel de lasBig Tech en el control de las infraestructuras digitales globales y en la captura masiva de datos, consolidando nuevas formas de dominación y reconfigurando la soberanía en el siglo XXI. El concepto de “soberanía de los datos” se explora como una categoría central para comprender el poder en la era digital, en un contexto internacional marcado por dinámicas imperialistas. En este escenario, las llamadas guerras híbridas —conflictos furtivos que utilizan redes sociales y manipulación informativa—evidencianla vulnerabilidad de las soberanías nacionales. El artículo defiende la urgencia de formular políticas públicas capaces de proteger la soberanía informacional de los países, reconociendo los datos como recursos estratégicos de naturaleza geopolítica. Al mapear los mecanismos contemporáneos de control e influencia digital, se busca contribuir al debate sobre autonomía tecnológica.