Política linguística como política de domínio territorial: o departamento de defesa norte-americano e as critical languages

Línguas e Instrumentos Linguísticos

Endereço:
Rua Sérgio Buarque de Holanda - 421 - Cidade Universitária
Campinas / SP
13083-859
Site: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/lil
Telefone: (19) 3521-6729
ISSN: 2674-7375
Editor Chefe: Greciely Cristina da Costa
Início Publicação: 30/06/1998
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

Política linguística como política de domínio territorial: o departamento de defesa norte-americano e as critical languages

Ano: 2024 | Volume: 27 | Número: Não se aplica
Autores: J. P. Colaça, B. Mariani
Autor Correspondente: J. P. Colaça | [email protected]

Palavras-chave: história das ideias linguísticas, análise do discurso, política linguística, National Security Education Program, Departamento de Defesa norte-americano

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No artigo em tela, fazemos um percurso de análise sobre o National Security Education Program, um programa de Educação mantido pelo Departamento de Defesa norte-americano, cujo objetivo é a aprendizagem do que denominam como línguas críticas em relação a áreas críticas. Tomamos como base para nossa discussão os estudos do campo do discurso no seu encontro com a História das Ideias Linguísticas, que pensa as línguas em sua historicidade como “corpo simbólico” e as políticas de línguas, ou seja, as tensões que percorrem os sentidos políticos para as línguas nas lutas sociais (Orlandi, 2007). Como corpus de análise, nos detivemos aos textos descritos na página web do Programa, considerando tanto os aspectos da constituição de sua história, objetivos e alcance, como as tabelas descritivas nas quais demonstram as áreas e as línguas críticas que são prioritárias para o governo norte-americano. Em nossa análise, foi possível discutir o processo de produção de sentidos que engendra como evidência, nos dias atuais, uma certa relação entre línguas e territórios. Em nosso gesto de análise, como modo de trabalhar com o dito e o não dito constitutivo do processo de significação desse programa, traçamos um percurso que passa pela historicidade das dominações em relação à aprendizagem de línguas como estratégia de guerra, uma estratégia que ultrapassa o campo bélico.



Resumo Inglês:

In this article, we analyze the National Security Education Program, an Education program maintained by the U.S. Department of Defense, whose objective is the learning of what they call “critical-need” languages in relation to their areas. We base our discussion on studies in the field of discourse in their Líng.e Instrum.Linguíst., Campinas, SP, v. 27, e024001, 2024.2encounter with the History of Linguistic Ideas, which thinks of languages in their historicity as a “symbolic body” and language policies, that is, the tensions that run through political meanings for languages in social struggles (Orlandi, 2007). As a corpus of analysis, we focused on the texts described on the Program's website, considering both the aspects of the constitution of its history, objectives and scope, as well as the descriptive tables in which they demonstrate the areas and critical languages that are priorities for the U.S. government. In our analysis, it was possible to discuss the process of meaning production that engenders as evidence, nowadays, a certain relationship between languages and territories. In our analysis, asa way of working with the said and the unsaid constitutive of the process of signification of this program, we trace a path that passes through the historicity of dominations in relation to language learning as a war strategy, a strategy that goes beyond the military field.