Mulheres encarceradas em tempo de pandemia de Covid-19: uma análise da ala feminina da Cadeia Pública Hildebrando de Souza, na cidade de Ponta Grossa, Paraná

Emancipação

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Site: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao
Telefone: (42) 3220-3387
ISSN: 1982-7814
Editor Chefe: Adriano da Costa Valadão
Início Publicação: 31/12/2000
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Administração, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Economia doméstica, Área de Estudo: Planejamento urbano e regional, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Mulheres encarceradas em tempo de pandemia de Covid-19: uma análise da ala feminina da Cadeia Pública Hildebrando de Souza, na cidade de Ponta Grossa, Paraná

Ano: 2024 | Volume: 24 | Número: Não se aplica
Autores: Paula Fauth Manhães Miranda, Felipe Simão Pontes
Autor Correspondente: Paula Fauth Manhães Miranda | [email protected]

Palavras-chave: Encarceramento feminino, Direitos Humanos, Interseccionalidade, Pandemia de COVID-19.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo investiga como a pandemia de COVID-19 imprimiu novas dinâmicas nas prisões e de que modo isso impactou a vida das mulheres encarceradas na Cadeia Pública Hildebrando de Souza (CPHSPG), em Ponta Grossa (PR), sob o viés da efetivação dos Direitos Humanos e por meio de um recorte de gênero interseccional. Para tanto, utilizamos o método misto (quanti-qualitativo) e entrevistas  semiestruturadas para a coleta de dados, sendo a pesquisa de campo realizada na CPHSPG. A preocupação com o tema decorre do fato de que o encarceramento em massa tem afetado as mulheres, nas duas últimas décadas, no Brasil e no mundo. Contudo, o tema ainda é invisibilizado, com ausência de dados e falta de atenção para as necessidades específicas dessas mulheres. Nesse cenário já frágil, surgiu a COVID-19. Como resultado, concluímos que a pandemia impactou a vida das custodiadas na CPHSPG, com a ausência de visitas presenciais; a suspensão das “sacolas” e a falta de itens de higiene e alimentação; a ausência de inspeções presenciais; e audiências por videoconferência. Tais fatos aliados à diminuta equipe de saúde da CPHSPG, a não destinação de verbas específicas para o  enfrentamento à COVID-19 e a ausência de modificações estruturais, aumentou a vulnerabilidade das presas e tornou mais penosa a experiência do cárcere. 



Resumo Inglês:

This article investigates how the COVID-19 pandemic has created new dynamics in prisons and how this has impacted the lives of women incarcerated at the Hildebrando de Souza Public Prison (CPHSPG) in Ponta Grossa, Paraná, from the perspective of human rights enforcement and an intersectional gender perspective. To this end, we used a mixed method (quantitative-qualitative) and semi-structured interviews for data collection, with field research conducted at the CPHSPG. Concern about this topic stems from the fact that mass incarceration has affected women over the past two decades in Brazil and worldwide. However, the issue remains invisible, with a lack of data and a lack of attention to the specific needs of these women. In this already fragile scenario, COVID-19 emerged. As a result, we conclude that the pandemic has impacted the lives of women incarcerated at the CPHSPG, with the absence of in-person visits; the suspension of "bags" and the lack of hygiene and food items; the lack of in-person inspections; and videoconference hearings. These factors, combined with the CPHSPG's small health team, the lack of specific funding for COVID-19 response, and the lack of structural modifications, increased the inmates' vulnerability and made the prison experience more difficult.