A Produção do Humanismo da Alta Idade Moderna em “A Tempestade” de Shakespeare

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ISSN: 21757917
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Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

A Produção do Humanismo da Alta Idade Moderna em “A Tempestade” de Shakespeare

Ano: 2010 | Volume: 15 | Número: 2
Autores: R. Piskorski
Autor Correspondente: Rodolfo Piskorski | [email protected]

Palavras-chave: a tempestade, humanismo, pós-humanismo, animalidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo lê A Tempestade de Shakespeare como crucial para uma genealogia e uma desconstrução pós-humanista do humanismo da Alta Idade Moderna (séc. XVI-XVIII) e da dicotomia humano/animal, uma vez que a peça está historicamente situada entre a Renascença e a Modernidade, mas também pois ela dramatiza o próprio processo de produção do humanismo (e do humano em oposição ao animal). Assim, a ―peça‖ ilusionista que Prospero monta na ilha para convencer seus conterrâneos do seu direito legítimo ao trono pode ser vista como a encenação necessária para se produzir o humano de acordo com os novos valores modernos que veem a arte como ferramenta para o poder e o conhecimento. Também é analisada a importância da inauguração da divisão ontológica humano/animal para a encenação de Prospero, através da qual ele pode ativar a máquina antropológica, como a chama Agamben, e fabricar a civilidade humana moderna.



Resumo Inglês:

This article reads Shakespeare‘s The Tempest as a key text for any genealogy and post-humanist deconstruction of Early Modern humanism and of the human/animal divide, having been written during the transition from the Renaissance to Early Modernity, but also because it dramatizes the very process of the production of humanism (and of the human as opposed to the animal). Thus, the illusionist ―play‖ that Prospero sets up on the island to convince his countrymen of his legitimate claim to the throne may be read as the enactment which is necessary for the production of the human according to the new Early Modern values of art as a tool to power and knowledge. The article also focuses on the importance of the inauguration of the ontological human/animal divide for Prospero‘s play, by the means of which he can activate the anthropological machine (as Agamben calls it) that will fabricate the Early Modern civil human.