Este artigo retrata parte das reflexões empreendidas na pesquisa de doutorado
no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Examina os consensos
que os estudos, a partir da década de 1990, produziram sobre os jovens,
evidenciando a diversidade e as desigualdades que envolvem os jovens de
nosso tempo. Do ponto de vista teórico, as análises tiveram sustentação nos
estudos de Melucci, Sposito, Pais, Serna, Reguillo, Abad, Feixa entre outros.
Percebe-se que após as atenções terem se dirigido às crianças e aos adolescentes
nos anos 80 com a elaboração e a aprovação do Estatuto da Criança e
do Adolescente, na década seguinte é a categoria juventude que ganha visibilidade.
Diversos fatores pesam nesse sentido, como o grande contingente
populacional jovem, o Ãndice de desemprego e desocupação juvenil, a disseminação
da AIDS entre os jovens e os indicadores sociais que colocam a juventude
como “problema socialâ€. Nesse contexto, alguns consensos começam a se
firmar: o entendimento dos jovens como sujeitos de direitos, a diversidade da
realidade juvenil, a juventude como uma condição singular e a necessidade de
respostas diferentes para situações diversas. Permanecem, entretanto, os desafios
colocados pelos dados que indicam a situação dos jovens brasileiros.
This paper depicts part of the reflections developed in the doctoral research
within the Postgraduate Program in Education at UFRGS. It examines the
consensus that the studies, since the ‘90s, produced about the young, putting in
evidence the diversity and uniqueness related to the youth of our time. From a
theoretical point of view, the analyses were based on the studies realized by
Melucci, Sposito, Pais, Serna, Reguillo, Abad, Feixa, among others. It is clear
that after attention had been directed at children and teenagers in the 80’s with
the elaboration and adoption of the Estatuto da Criança e do Adolescenete
[Children and Young Persons Statute], in the next decade, the youth gained
visibility. There were several contributing factors such as the large contingent of
young people, the unemployment rate and the lack of activities for young people,
the spread of AIDS among the young population and the social indicators that regard the youth as a “social problemâ€. In this context, some consensus started
to be established: the understanding of young people as subjects with rights, the
diversity of their reality, the peculiarities of youth, and the need for distinct
responses to different situations. However, the challenges remain on how to
contemplate all that in the public policies directed at the young in Brazil.